Nova York – O barril do petróleo atingiu novo recorde acima dos US$ 54 em Nova York durante a sessão de ontem, com o medo de escassez da commodity dificultar o fortalecimento dos estoques para o inverno no hemisfério norte. No final do dia, porém, o petróleo cedeu mais de 1 dólar, com realização de lucros no mercado.
O petróleo nos Estados Unidos chegou a US$ 54,45 o barril, o sexto dia consecutivo de recorde histórico, antes de fechar a US$ 52,50, recuando US$ 1,14 em relação ao dia anterior. Em Londres, o petróleo tipo Brent bateu os US$ 51,50 o barril, antes de cair a US$ 49,60 no fechamento.
Os preços do petróleo no mercado internacional subiram 66% este ano com a demanda mais forte em mais de duas décadas, pegando os produtores de surpresa e tornando qualquer interrupção na oferta uma ameaça ao abastecimento.
“O medo é que não exista óleo suficiente para calefação e nós já estamos vendo temperaturas baixas na região nordeste dos EUA”, disse John Brady, corretor do ABN Amro em Nova York. Na Nigéria, sexto maior produtor da Opep, uma greve geral motivada pelo aumento de combustível no país entrou pelo segundo dia nesta terça-feira, mas a produção fluía normalmente.
Demanda mundial
Os investidores esperam a publicação hoje dos novos números sobre as reservas americanas. A expectativa é de uma ligeira alta das reservas de petróleo, mas se teme uma queda nas de combustível para calefação e gasolina. Por outro lado, a Agência Internacional de Energia (AIE) revisou ontem para cima suas estimativas de crescimento da demanda mundial de petróleo neste ano e para baixo as do ano que vem. A AIE prevê para 2004 um aumento da demanda a 82,40 milhões de barris diários (mbd) contra os 82,16 milhões calculados em setembro. Para 2005, em compensação, reajustou sua previsão para 83,90 mbd; um número ligeiramente menor que os 83,92 mbd calculados em setembro.
Perspectivas
Estudo da consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) divulgado ontem revela que os preços do petróleo, que vêm sucessivamente batendo recordes de alta nas últimas semanas, poderão recuar a níveis mais moderados em 2005, mas mesmo assim continuarão elevados ao longo dos próximos dois anos. “Embora os preços vão recuar das suas recentes elevações, as crescentes expectativas de crescimento no consumo de petróleo – principalmente entre os mercados emergentes – combinadas com as incertezas na oferta e limitações geradas pela falta de investimentos vão manter os preços elevados nos dois próximos anos”, disse a consultoria.