O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, não quis responder nesta quarta-feira, 30, a perguntas dos jornalistas sobre o aumento de impostos sobre bebidas frias, alegando ter um “compromisso urgente”. Durante entrevista coletiva para dar um balanço da entrega das declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), o secretário foi questionado sobre o fato de fabricantes terem afirmado que o governo federal publicou hoje no Diário Oficial da União uma tabela de tributos para a fabricação de bebidas frias diferente da anunciada ontem à noite pela Receita Federal. Além disso, segundo fabricantes do setor, o aumento de bebidas como cerveja e refrigerante será de pelo menos 5%, mais que os 1,3% anunciados ontem pelo próprio secretário.

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Bastante irritado com a insistência dos jornalistas para saber do assunto, Barreto disse que, naquele momento, não comentaria o tema porque tinha um compromisso. Na agenda oficial do Ministério da Fazenda de hoje, o único evento de Barreto é a coletiva de imprensa, que começou cerca de 15 minutos após o horário marcado. Depois de dizer que teria que deixar o auditório onde ocorria a entrevista, o secretário ainda respondeu diversas dúvidas sobre o imposto de renda e gravou entrevista de vídeo.

Uma fonte graduada do setor de bebidas afirmou ao Broadcast que a tabela publicada hoje contém preços de referência 10% maiores, em média, do que a anunciada ontem. Segundo cálculos feitos por fabricantes de bebidas frias, como Ambev, Heineken, Coca-Cola, entre outros, os preços no atacado devem aumentar “pelo menos 5%”, e não 1,3%, como disse ontem o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto. Para o consumidor, é possível que o aumento seja ainda maior, porque o varejo também pode repassar os custos mais elevados.

O próprio secretário da Receita Federal anunciou ontem o aumento do imposto das bebidas frias (refrigerantes, isotônicos, energéticos e refrescos), que entra em vigor em 1º de junho, às vésperas da Copa do Mundo, que começa em 12 de junho. Ontem, entretanto, Barreto disse que a expectativa da Receita era que o aumento dos preços ao consumidor será de 1,3%.

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