Expectativa

Banqueiros e bancários negociam fim da greve

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) marcou para quinta-feira (1) de manhã uma reunião, em São Paulo, com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf) e com a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) para tentar acabar com o impasse dos bancários, que entraram ontem no sexto dia de paralisação das atividades laborais.

No Paraná, mais agências bancárias e trabalhadores aderiram ao protesto, somando agora 469 agências fechadas e aproximadamente 16 mil bancários de braços cruzados.

A novidade foi que o HSBC conseguiu um interdito proibitório e seus quatro centros administrativos voltaram a funcionar. Com isso, seis destes centros continuam com atividades suspensas.

Curitiba e região metropolitana continuam concentrando a maior parte da mobilização e estima-se que a greve tenha contado com a adesão de pelo menos 70% dos bancários.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro no Estado do Paraná (Fetec), Elias Hennemann Jordão, o fato de ocorrer essa mesa de negociação é encarado com um bom sinal.

“Isso significa que os patrões podem apresentar uma proposta no mínimo razoável, pois a oferecida no dia 17 de setembro era simplesmente absurda e abusiva. A Contraf deve manter o mesmo pedido de negociação salarial, mas se for apresentada uma proposta viável, ela será colocada em assembleia para que nossos companheiros decidam. Entretanto, se o pedido continuar abaixo do esperado, a greve vai continuar”, revela.

Jordão conta que a mobilização dos bancários cresce a cada dia. “A mobilização tem sido um sucesso não só aqui como em todo país. Talvez por isso, acredito que a Febraban venha com uma proposta que possa ser no mínimo discutida com a nossa classe”, avalia.

O pedido dos bancários prevê um aumento salarial na ordem de 10% (repasse da inflação e aumento real), participação maior na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), ampliação no auxílio educação, manutenção dos empregos em caso de fusões dos bancos, entre outros pontos.

A proposta patronal oferece um reajuste salarial de 4,5% (apenas o repasse da inflação), PLR inferior a que está em vigor, término do auxílio educação e não quiseram comentar sobre a manutenção dos postos de trabalho em cenários de fusões e aquisições.

Hoje à tarde pode ocorrer uma assembleia que irá mostrar a proposta feita pela Febraban aos trabalhadores. Conforme for, os bancários irão votar se aprovam ou não a possível nova proposta ou se a paralisação continua.