Os bancos estão demitindo trabalhadores mais velhos e qualificados para contratar pessoas mais jovens por salários menores. É o que afirma estudo divulgado hoje (16) pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, isso acontece devido à fragilidade da atual legislação trabalhista.
“Esse sistema que está colocado hoje no Brasil, que permite que os bancos demitam à hora que quiserem e é um incetivo a esse turnover [renovação periódica do quadro de funcionários] que rebaixa os salários e precariza os postos de trabalho”, ressaltou o dirigente da Contraf, entidade que foi parceira do Dieese na realização do estudo.
Os 8.236 trabalhadores desligados do setor bancário nos três primeiros meses deste ano tinham remuneração média de R$ 3.939, 84, enquanto os 6.882 admitidos de janeiro a março deste ano recebeam em média R$ 1.794,46. A diferença entre as faixas de renda é de 54,45%.
No ano passado, houve movimento semelhante: os 10.184 bancários desligados de janeiro a março tinham rendimento médio de R$ 3.160,30 e os 13.323 contratados ganhavam em média R$ 2.075,14, uma diferença de 34,24%.
Em relação à idade, 44,3% dos contratados e 13,5% dos desligados no primeiro trimestre deste ano tinham entre 18 e 24 anos. Pelo recorte da escolaridade, o estudo mostra que 84% dos desligados tinham ou estavam cursando o ensino superior. Entre os admitidos, apenas 61,4% tinham esse grau de escolaridade.