Bancos públicos já se aproximam da liderança no crédito

Os bancos públicos se preparam para comemorar a conquista da liderança no ranking de crédito no Brasil. Após um ano de atuação agressiva das instituições controladas pelo governo, a diferença entre a carteira de empréstimos dos bancos privados nacionais e dos estatais, que há um ano era R$ 101,6 bilhões a favor dos privados, caiu impressionantes 99,3%. Hoje, a vantagem dos concorrentes privados sobre os públicos é de pouco mais de R$ 600 milhões. A liderança dos estatais deve ser alcançada nos próximos dias com a provável associação da Caixa Econômica Federal com o Banco Panamericano, que está em negociação.

Dados apresentados hoje pelo Banco Central mostram que a estratégia do governo federal de usar instituições como o Banco do Brasil, Caixa e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para incentivar o crédito e, assim, manter a economia aquecida surtiu efeito na distribuição do crédito.

Há um ano, os bancos privados nacionais respondiam por 43,6% de todas as operações de crédito do sistema financeiro. Em patamar inferior, os estatais tinham 35% do mercado. Um ano depois, a diferença, que era de quase dez pontos porcentuais, está na segunda casa após a vírgula: 40,76% para os privados contra 40,71% dos públicos. A parcela restante de 18,53% corresponde à fatia dos estrangeiros que operam no País.

A agressividade dos bancos públicos fica explícita no ritmo de aumento dos empréstimos nos últimos 12 meses. Nesse período, a carteira dessas instituições lideradas pelo BB, Caixa e BNDES saltou 34,1%. Enquanto isso, os privados nacionais aumentaram o volume de financiamentos em 7,9%, ritmo que corresponde a menos de um quarto dos estatais. Ao mesmo tempo, instituições estrangeiras se retraíram e a carteira de crédito diminuiu 0,2% no período de um ano até outubro.

Conforme a série histórica do BC, a última vez em que a participação das instituições públicas foi superior à dos concorrentes privados foi em junho de 2004, quando a vantagem dos estatais era de R$ 1,2 bilhão. Desde então, os privados nacionais lideram.

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