São Paulo (AE) – A Pesquisa de Projeções Econômicas divulgada ontem pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indica um cenário otimista para 2006. De acordo com o levantamento efetuado com 49 instituições bancárias, a projeção de crescimento do PIB em 2006 é de 3,46%, com inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,62%.

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Para o economista-chefe da Febraban, Roberto Luis Troster, o estímulo para esse crescimento está dado pela indústria, que tem uma projeção de crescimento de 3,99%. Segundo ele, os outros fatores que impulsionarão a economia brasileira no ano serão as exportações, a taxa de juros em queda e a expansão do crédito.

Troster avaliou que um esvaziamento de estoques na indústria e no comércio levou à queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre de 2005, e não uma alteração na demanda (que aumentou 0,8%). Para ele, um aumento nos estoques será então um ?estímulo oportuno? para a economia no início de 2006.

As projeções dos juros indicam que a taxa Selic chegará em dezembro a 15,23% ao ano e, a de dezembro de 2007, a 13,87% ao ano. Para a Febraban, o crédito terá uma expansão de 17,31%, com destaque para o crédito a pessoas físicas de 25,08%. Segundo a entidade, o desempenho do crédito em 2006 terá as mesmas características que impulsionaram a economia em 2005.

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Em relação ao comércio exterior, a estimativa mostra exportações aumentando para US$ 122,57 bilhões e as importações atingindo US$ 86,44 bilhões, o que geraria um saldo comercial de US$ 36,13 bilhões. O levantamento indicou uma taxa de câmbio de R$ 2,42 em dezembro de 2006.

Cenário político

Apesar de 2006 ser um ano eleitoral, a expectativa no cenário econômico internacional segundo Troster é de um crescimento da economia e do comércio mundial, taxas de juros americanas estabilizadas num patamar de 4%, preços do petróleo estáveis e liquidez abundante.

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Para o economista-chefe, um crescimento a taxas mais elevadas implica estratégia econômica que esteja fundamentada em premissas sólidas. ?As combinações das políticas monetária, fiscal, cambial e de renda devem ser consistentes ao longo do tempo, com destaque para a questão fiscal, a qual ressalta a necessidade de uma reforma constitucional que permita uma melhor composição de receitas e despesas do governo?, afirmou.