Os bancos acreditam na possibilidade de uma queda dos juros básicos ainda este ano. Segundo pesquisa feita pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) com 57 instituições financeiras, as projeções apontam para uma taxa Selic de 19,34% ao ano em dezembro. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 18% para 21% ao ano, numa tentavida de controlar a inflação, que ameaça romper o teto estabelecido pelo governo para 2003, que é de 6,5%.
?A gente está vivendo um momento difícil. Há um pessimismo exagerado em relação ao Brasil lá fora. Mas os fundantos brasileiros são bons?, afirma o economista-chefe da Febraban, Roberto Luis Troster. Segundo ele, na média os bancos vêm os problemas vividos como conjunturais. Pelo lado das contas do balanço de pagamento, as projeções mostram um ajuste expressivo e uma baixa necessidade de novos recursos.
A expectativa é de que o superávit da balança comercial em 2002 chegue a US$ 9,74 bilhões, superando em US$ 2,7 bilhões a projeção feita no mês passado, de US$ 7,04 bilhões. Para 2003, a previsão de saldo positivo passou de US$ 9,02 bilhões para US$ 12,61 bilhões.
As estimativas para o saldo de transações correntes, que mede a necessidade de financiamentos e investimentos novos, apontam para um déficit de US$ 14,16 bilhões em 2002, abaixo do valor da estimativa de investimentos diretos no País este ano (US$ 15,41 bilhões). ?Isso indica que não há necessidade de financiamentos novos para este ano?.
O risco Brasil, que hoje (21) estava em 1.961 pontos, é projetado pelos bancos em 1.583 pontos para dezembro. As projeções apontam para um dólar a R$ 3,32 no fim deste ano e de R$ 3,51 em dezembro de 2003. Hoje, a moeda americana fechou cotada a R$ 3,915.
As projeções dos bancos para o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) de 2003 subiram de 5,59% para 7,73% (acima do teto de 6,5%). Para este ano, as estimativas passaram de 6,70% para 7,57%, ultrapassando o teto de 5,5%.