Os maiores bancos da zona do euro devem enfrentar “mais apertos nos lucros” e sofrer pressões para diminuir a alavancagem e o risco de seus balanços “por um período prolongado”, afirmou o Banco Central Europeu (BCE) em seu relatório semestral de estabilidade financeira. Segundo o BCE, o que determinará se o progresso observado nos balanços dos bancos durante o primeiro trimestre será sustentável no decorrer de 2009 será a capacidade das instituições financeiras para “conter as baixas contábeis e, ao mesmo tempo, avançar na redução dos riscos de seus respectivos balanços”.

continua após a publicidade

O banco central afirmou que há poucas evidências de que o ritmo de baixas contábeis relacionadas à crise financeira diminuiu, apontando a deterioração do ambiente macroeconômico no primeiro trimestre, o desaquecimento da economia e a perspectiva de mais problemas econômicos para a maior parte dos 16 países da zona do euro. Esses fatores, juntamente com os lucros mais baixos, devem pesar sobre as reservas de capital dos grandes bancos. Embora o nível de capital destas instituições cumpra os requisitos mínimos, elas podem precisar levantar recursos para satisfazer as exigências dos investidores, acrescentou o BCE.

O relatório apontava ainda que os bancos da zona do euro correm o risco de perder US$ 283 bilhões com a crise até o final de 2010, principalmente devido a prejuízos relacionados a empréstimos. “Estas perdas teriam de ser compensadas por provisões adicionais e pela retenção de lucro ao longo dos próximos dois anos”. “(Mecanismos) mais elaborados para compensar o risco dos títulos e determinar o preço dos empréstimos, assim como cortes de custos e uma reelaboração dos modelos de negócio, podem ser necessários para restaurar a estabilidade do lucro e o crescimento orgânico do capital”, afirmou o BCE.

continua após a publicidade