Brasília – O estoque total de créditos do sistema financeiro foi de R$ 408,7 bilhões no mês de janeiro, com retração de 0,3% no mês. Os bancos privados emprestaram R$ 242,2 bilhões (59,2% do total) e os bancos oficiais concederam financiamentos de R$ 166,6 bilhões, conforme números apresentados ontem pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
Ele disse que a redução no volume de operações é compatível com a retração sazonal na demanda de recursos por parte das empresas no início de cada ano, ao contrário do último trimestre, quando o nível de atividade é mais aquecido para atender o comércio. Já as pessoas físicas procuraram mais empréstimos para atender compromissos com tributos e gastos escolares, principalmente.
Os empréstimos destinados ao setor privado atingiram R$ 393,7 bilhões, e as operações de crédito do setor público somaram R$ 15 bilhões, enquanto as provisões do sistema financeiro ficaram em R$ 29,9 bilhões, o que corresponde a uma participação de 7,3% em relação ao total de crédito ofertado.
Os empréstimos destinados às pessoas físicas mantiveram tendência de expansão, de acordo com Altamir Lopes, ao contrário do setor produtivo. E parte dessa trajetória crescente, segundo ele, é devido à tendência decrescente das taxas de juros relativas às operações de crédito com recursos livres, cuja média, em janeiro, ficou em 45,4% ao ano, com queda de 0,4 ponto percentual na comparação com o mês anterior.
O economista do BC disse que esse resultado decorreu principalmente da diminuição das taxas praticadas nos empréstimos para pessoas físicas, que caíram de 80,3% para 79,1% no crédito pessoal, estabelecendo o nível mais baixo desde julho de 2000. “E ainda há mais espaço para cair”, segundo Lopes. Tendência que se verifica também nos juros do cheque especial, cuja média caiu de 144,6% para 143,5% – a mais baixa desde maio de 2000, adiantou.
Nos empréstimos para empresas, a taxa média atingiu 30,1% ao ano, apresentando redução menor, de apenas 0,1%, comparado a dezembro. Os encargos prefixados registraram contração de 0,2 ponto percentual, enquanto o custo projetado das operações pós-fixadas foi para 19,4%, com acréscimo de 0,6 ponto percentual, o que reflete expectativas de desvalorizações cambiais.
Altamir Lopes mostrou dados segundo os quais houve recuo de 0,2 ponto percentual no “spread” bancário, que em janeiro situou-se em 29,8% na média: 14,3% para pessoas jurídicas e 50% para pessoas físicas, antes taxas de 14,4% e 50,8%, respectivamente, no mês de dezembro. A retração tem se mostrado mais significativa no atendimento pessoal, concluiu.