Bancos descartam linhas no curto prazo

São Paulo

  – Ainda que concordem com as afirmações de representantes do governo de que a retomada da oferta de linhas de comércio dependa essencialmente da confiança dos investidores, os diretores dos bancos consultados pela Agência Estado são unânimes em afirmar que essa retomada não ocorrerá no curto prazo, por exemplo na esteira do acordo com o FMI. E nem será tão natural ou veloz quanto gostariam as autoridades da equipe econômica.

O que ocorreu recentemente com um dos maiores bancos que repassam linhas externas no País ilustra bem o motivo desse ceticismo: no dia seguinte ao acordo com o FMI, com o mercado em clima de euforia, alguns financiadores externos entraram em contato com o banco, mostrando-se mais dispostos a conversar e a levar a seus “boards” propostas de retomada de parte da oferta das “trade finance”. Dias depois, no entanto, o mercado doméstico virou em função de incertezas políticas, ficou a sensação de que o acordo não surtiu muito efeito e os mesmos financiadores que antes haviam mostrado melhor disposição, recuaram. “Disseram que preferiam esperar um pouco mais, avaliar melhor o quadro etc”, ilustra o diretor desse banco, responsável pelos contatos.

“É um legítimo círculo vicioso: a própria sinalização do mercado acaba gerando uma leitura negativa lá fora, que retrai a oferta, essa retração piora a sinalização do mercado aqui, que será lida de maneita negativa lá fora e por aí vai”, acrescenta.

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