O total de recursos liberados pelos bancos de montadoras para financiamentos de veículos em março cresceu 24,8% ante fevereiro e 6,8% em relação a março do ano passado, mostra balanço divulgado nesta segunda-feira, 01, pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). Segundo a entidade, essas instituições liberaram R$ 8,450 bilhões no terceiro mês de 2015.

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Apesar do aumento em março, o total de recursos liberados no primeiro trimestre (R$ 24 bilhões) ainda é 6,9% menor do que acumulado nos três primeiros meses de 2014. E o estoque de crédito para compra de veículos concedido pelos bancos de montadoras em todo o País diminuiu em março para R$ 205,4 bilhões, montante 1,2% menor em relação a fevereiro e 7,3% mais baixo do que o liberado no mesmo mês do ano passado. Com o resultado, o saldo de crédito para aquisição de veículos por consumidores e empresas caiu para 4% do PIB em março deste ano, 0,5 ponto porcentual a menos do que o registrado no mesmo período de 2014.

Os resultados divulgados pela Anef se dão em meio a um cenário de queda nos licenciamentos de veículos novos em todo o País e de crescimento nas vendas de usados. No primeiro quadrimestre, as vendas de veículos zero quilômetro acumularam queda de 17%, enquanto as de usados cresceram 2,3%, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), respectivamente.

O resultado de março levou a Anef a revisar suas projeções para este ano. A associação espera agora que os bancos de montadoras liberem R$ 101 bilhões no acumulado de 2015, 9,2% a menos do que o emprestado no ano passado. Até abril, a Anef projetava queda de apenas 1,7% nesse montante. Já o saldo de financiamentos, segundo nova previsão da entidade, deverá totalizar R$ 192,6 bilhões em 2015, queda de 8,8% em relação a 2014. A projeção é mais otimista do que o recuo de 9,4% estimado até abril.

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Juros

As taxas de juros oferecidas pelos bancos das montadoras continuaram mais atrativas ao consumidor do que as concedidas pelos bancos de varejo. Em março, a taxa de juros médias para pessoas físicas e jurídicas praticadas pelas associadas à Anef foi de 1,52% ao mês e de 19,84% ao ano. Já a taxa do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) oferecida pelo bancos tradicionais era de 1,86% ao mês e de 24,7% ao ano, para pessoa física, e de 1,59% ao mês e 20,9% ao ano, para as empresas. O prazo máximo disponibilizados pelos bancos das montadoras para financiamento foi mantido em 60 meses.

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“O reconhecimento agora generalizado da crise pode ter gerado uma reação exacerbada por parte dos agentes econômicos, o que culminou numa crise de confiança significativa, que impactou consumo e investimentos”, avaliou o presidente da Anef, Décio Carbonari, em nota à imprensa. No entanto, ele disse acreditar que as medidas de correção da economia que estão sendo adotadas pelo governo e os planos de concessões em infraestrutura deverão impactar positivamente as vendas, principalmente a de pesados.