As linhas gerais da reforma da regulação do sistema financeiro internacional foram aprovadas pelo Fórum de Estabilidade Financeira (FSB), em Basileia. Entre as medidas, estão a supervisão de todas as instituições financeiras, a exigência de registro das transações nos balanços, de maiores colchões de capital e de liquidez, a fixação de limites máximos de alavancagem e o maior controle de bancos que representem “risco sistêmico”.

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Segundo o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, todas as normas ainda não adotadas no País serão implantadas até o fim de 2010. As medidas vinham sendo discutidas desde setembro.

Entre sábado e ontem, foram aprovadas pelos presidentes de BCs e representantes de órgãos como Fundo Monetário Internacional (FMI) e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Entre as normas, estão o colchão de capitais, recursos que as instituições terão de reunir durante períodos de expansão, para serem usados em momentos de contração; colchão de liquidez, medida semelhante aos depósitos compulsórios do Brasil, que deverá ser criada para obrigar as instituições a investir em ativos de alta liquidez, uma forma de diversificar investimentos; índice de alavancagem máximo, ou seja, limitar a capacidade de os bancos concederem empréstimos em relação ao seu capital; e registro no balanço de todas as transações das empresas, que precisarão ainda ter um porcentual de capital alocado como garantia.

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Além dessas ações, faz parte da nova regulação um maior controle das instituições “grandes demais para falir”, como são chamadas as que representam riscos sistêmicos.

“Tudo o que fazemos, cada medida que adotamos, cada proposta que estudamos, visa a reduzir o risco tomado pelo setor financeiro”, frisou o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, em nome das autoridades monetárias.

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Mesmo aprovadas pelo FSB, as medidas precisam ser regulamentadas – ou seja, detalhadas quanto à sua implantação prática -, além de terem de ser aprovadas pelos chefes de Estado e governo do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), o que deve ocorrer ainda em 2010. Depois, em países como os Estados Unidos, haverá necessidade de aprovação do Parlamento, para que entrem em vigor em 2012.