Os presidentes de bancos centrais do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) e representantes de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estão preocupados com o risco de bolhas em países emergentes e com o excessivo otimismo nos mercados financeiros.
As advertências foram levantadas em reunião do Fórum de Estabilidade Financeira (FSB), no sábado, na Basileia, e voltaram a ser abordadas ontem pelas autoridades monetárias em encontro no Banco de Compensações Internacionais (BIS).
Para o presidente do Banco Central da Itália e do FSB, Mario Draghi, o abundante fluxo de capital em direção a economias emergentes e a valorização de seus ativos “poderia criar bolhas especulativas”.
A ameaça se deve em grande parte ao otimismo excessivo do mercado, que consideraria a melhora da situação econômica internacional mais consistente do que ela de fato seria.
“A situação é muito melhor do que um ano atrás”, afirmou. “Mas ainda existem muitas fragilidades substanciais que reinam no sistema, apesar do crescimento estimulado pelos vastos pacotes monetários e fiscais.”
À noite, o presidente do banco central de um país emergente reiterou: “A preocupação não é apenas com bolhas nos emergentes, mas de modo geral, por causa da política monetária americana de juros muito baixos e de alta liquidez”, afirmou.
“As possíveis bolhas não estão sendo geradas em outros países, mas na alta liquidez do dólar.” Segundo a fonte, parte da preocupação diz respeito ao timing com que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) fará o aperto de sua política monetária.