A crise hipotecária nos Estados Unidos deixou prejuízos de US$ 10 bilhões em um dos maiores bancos do mundo, o suíço UBS. O anúncio da desvalorização dos ativos da instituição foi considerado por analistas na Europa e nos Estados Unidos como um sinal de que a turbulência gerada no mercado americano poderá ter conseqüências mais profundas para vários setores da economia. O UBS, sozinho, demitirá 1,5 mil funcionários por causa da crise.
No total, o banco de investimentos Goldman Sachs já alertou que os bancos e seguradoras poderão acumular prejuízos em 2007 de quase US$ 400 bilhões. Citibank, HSBC, Swiss Re e o próprio UBS já haviam dado sinais de que suas contas estavam sendo afetadas pela crise americana.
Nesta segunda-feira (10) foi a vez do tradicional e conservador UBS anunciar que poderá terminar 2007 com perdas importantes. O banco fez questão de anunciar ao mesmo tempo que terá uma injeção de capital de US$ 9,7 bilhões de um órgão do governo de Cingapura. Um investidor do Oriente Médio, que preferiu não ter seu nome revelado, ainda faria outra injeção de US$ 1,7 bilhão. Os rumores no mercado indicam que o autor dessa injeção poderia ser o governo de Omã.
O UBS é hoje o maior banco da Europa e o maior do mundo em gestão de fortunas. Segundo a instituição, as perdas estão relacionadas à "deterioração" do mercado americano de hipotecas de alto risco de inadimplência (subprime) e são "alimentadas por expectativas de mercado preocupantes sobre o futuro".
Para o presidente do UBS, Marcel Ospel, as perdas foram "substanciais". Mas ele garante que o banco teria como absorver o prejuízo. "Entretanto, é importante sempre manter uma posição forte de capital para apoiar o crescimento de nossa posição de administração de fortunas", disse. Além das 1,5 mil demissões, o UBS afirmou que neste ano não dará bônus a seu presidente. Ospel em 2007, receberá um salário superior a US$ 20 milhões.