São Paulo – A Procid, controladora do Banco Santos, concluiu ontem a redação de uma nova proposta de negociação aos credores, que haviam se recusado a aderir à moratória de saques sugerida em dezembro. Pela nova proposta, em vez de uma moratória, a empresa de Edemar Cid Ferreira pede aos credores que manifestem expressamente ao Banco Central, até 21 de fevereiro, a disposição em continuar negociando uma solução de mercado para o banco, o que poderia evitar que o interventor recomende a liquidação da instituição.
A intervenção seria mantida pelo prazo máximo possível de um ano, ou seja, até 11 de novembro. Até lá, o controlador negociaria uma solução com os credores, que pode incluir um desconto nas dívidas, a troca de parte das dívidas por participação e aportes do próprio Edemar para capitalizar a instituição.
O comitê de credores representado pela consultoria KPMG informou que já vinha organizando um documento para formalizar sua disposição em negociar ao BC. "Sempre fomos contrários à liquidação imediata do banco e sempre estivemos dispostos a negociar", disse o diretor da KPMG Eduardo Farhat, que fala em nome dos credores. Ele informou ainda que seu comitê fechou um acordo com a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) para negociar com a Procid. Juntos, ambos os grupos teriam cerca de R$ 1,3 bilhão a receber.
Dada a falta de informações sobre a situação financeira do banco desde que foi decretada a intervenção, é difícil para os credores manifestarem algo mais do que a vontade de negociar, disse Farhat. Mesmo assim, ele prevê que um aporte de capital seja "uma condição essencial para o fechamento de qualquer acordo".