O banco Goldman Sachs aconselhou a seus clientes, por meio de relatório, uma maior cautela com as moedas de países emergentes. Segundo o analista Themos Fiotakis, do banco norte-americano, além dos temores com o crescimento dos Estados Unidos, dois outros fatores podem ter um impacto sobre os emergentes.

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O primeiro é que a tendência das moedas desses países de se valorizarem diante do dólar acompanhando na média a trajetória de outras moedas fortes pode estar acabando. "O risco de estarmos próximos ao fim desse processo de descolamento aumentou", disse. "Podemos retornar a padrões mais tradicionais nos mercados de câmbio.

Fiotakis observou que se as atuais preocupações com o crescimento da economia mundial se mostrarem exageradas, as moedas emergentes retomarão sua tendência de valorização. "Mas, por outro lado, se a aversão ao riso se estender mais, as moedas emergentes, principalmente as de mais liquidez, poderão ficar vulneráveis diante das moedas fortes, e até versus o dólar norte-americano", disse.

Segundo o analista, até agora os investidores não vinham diferenciando os países emergentes com déficits em conta corrente daqueles com superávits. "Mas ao atual ambiente favorece as moedas de países com superávits", afirmou.

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Fiotakis observou que os ativos financeiros dos países emergentes europeus com déficit em conta corrente estão atualmente sobre pressão. A moeda da Romênia, por exemplo, já se desvalorizou 16,5% diante do euro desde seu pico em julho passado. "Se os fluxos de investimento direto estrangeiro diminuírem, a Turquia também poderá ser colocada sob pressão", afirmou.