O Banco Mundial revisou hoje para cima sua estimativa de pessoas que vão retornar à pobreza por causa da crise financeira internacional, na América Latina. De acordo com a vice-presidente da instituição para a América Latina e Caribe, Pamela Cox, até 13 milhões de latino-americanos vão voltar à pobreza. Em abril, Pamela havia estimado um contingente de quatro a seis milhões a mais de pobres por causa da crise, na região. No início deste mês, o Banco Mundial havia informado que o número total poderia ser superior a oito milhões.

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De 2002 a 2008, lembrou Pamela, 60 milhões de latino-americanos saíram da pobreza. De acordo com ela, isso foi possível por causa da implementação de medidas de controle da inflação, taxas de câmbio flexíveis e sistemas financeiros mais fortes nos países da região. “A América latina entrou nessa crise com economias mais fortes que as crises passadas. Mesmo se a crise tiver impacto na região, esperamos que seja mais uma recessão e não um colapso econômico” afirmou Pamela, que participou hoje de um seminário sobre investimentos públicos na promoção do desenvolvimento econômico e social, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio.

Também presente ao evento, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, afirmou que no Brasil não houve aumento da pobreza por causa da crise. Ele lembrou que houve um aumento do desemprego, conforme apurou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas que não foi registrado um retorno de pessoas à pobreza.

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