O Banco Mundial definiu uma meta para acabar com a pobreza extrema: o ano de 2030. Em meio ao maior crescimento das economias emergentes, o nível de renda da população melhorou e o porcentual de pessoas vivendo na pobreza extrema atingiu níveis recordes de baixa, mas ainda há 1,2 bilhão de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia. “Pela primeira vez na história, nos comprometemos em estabelecer uma meta para acabar com a pobreza”, declarou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.
A meta foi definida no fim de semana, em encontros fechados à imprensa na reunião anual do órgão multilateral e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que acabou no domingo, 21, em meio a um pequeno protesto de cidadãos da África em frente à sede do Fundo por mais emprego e crescimento. O grupo também fez protestos no sábado, 20.
Dados divulgados durante a reunião mostram que, com o crescimento maior dos países emergentes, o porcentual da população que vive na extrema pobreza se reduziu nos últimos anos. Em 1990, 43,1% da população mundial estava nessa condição, número que caiu para 22,7% em 2008, o menor da história.
Estatísticas preliminares de 2010 mostram que o porcentual teve nova queda, para 20,6%, uma meta estabelecida pelo Banco Mundial para ser alcançada somente em 2015. Com o objetivo fixado na reunião que acabou no domingo, 21, a projeção é de que esse porcentual se reduza para 3% em 2030.
O Brasil foi citado na reunião do Banco Mundial como um exemplo de país que conseguiu reduzir a pobreza e a desigualdade. Já a China foi mencionada como o exemplo oposto, onde a concentração de renda aumentou.
As projeções do Banco Mundial apontam para uma aceleração do crescimento dos países emergentes até 2015. Yong Kim citou em sua apresentação que, de uma média de 5,5% de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, o número deve subir para a casa dos 6%. “Para reduzir a pobreza, é fundamental que o crescimento se acelere”, disse ele por meio de comunicado.
Com maior aceleração do crescimento, a previsão é de que, em 2015, o número de pessoas vivendo na extrema pobreza caia para menos de um bilhão, dos quais 40% estarão na Ásia e 40% na África Subsaariana.
No encerramento da conferência do FMI, sua presidente, Christine Lagarde, voltou a falar que os países membros precisam estimular o crescimento econômico que gere emprego. O Fundo estima que há mais de 200 milhões de desempregados hoje no mundo.