A economia mundial pós-crise enfrenta novos riscos com as bolhas de investimento, que podem jogar milhões de pessoas de volta à pobreza, afirmou o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Segundo ele, embora as ações monetárias e fiscais sem precedentes em todo o mundo tenham resgatado a economia global de uma recessão profunda, elas inevitavelmente criaram riscos.
Sinais de preços de ativos inflados são especialmente evidentes na Ásia, inclusive na China, em Hong Kong e em Cingapura, onde os preços de propriedades e ações saltaram este ano, escreveu Zoellick em artigo publicado no Financial Times de hoje. “Bolhas de ativos podem ser a próxima fragilidade conforme o mundo se recupera, ameaçando novamente destruir o sustento e colocar milhões na pobreza”, afirmou.
Zoellick instou bancos centrais e formuladores de políticas a lidar com a questão rapidamente ou, segundo ele, as políticas que conduziram a economia à recuperação podem ter um efeito contrário. “Esperar que bolhas estourem e, então, limpar as consequências é agora uma nova lição sobre o que não fazer”, escreveu Zoellick. “Seria melhor que o G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) colocasse as bolhas de preços de ativos e novas estratégias de crescimento em sua agenda. Do contrário, as soluções para 2008-09 podem plantar as sementes de problemas em 2010 e além.”
Adotar uma política monetária mais apertada quando a recuperação ainda está frágil, especialmente nos EUA, pode descarrilar a retomada e não ser a resposta para as bolhas, ponderou. Zoellick observou que formuladores de políticas na Ásia embarcaram em alternativas para lidar com as próprias bolhas em seus países.
No caso de Cingapura, onde os preços de propriedades aumentaram 16% no terceiro trimestre, autoridades decidiram liberar mais terrenos para projetos residenciais e impedir que os compradores adiem pagamentos até que a construção esteja concluída. As informações são da Dow Jones.