A desaceleração da economia brasileira represou ainda mais a concessão de crédito entre os bancos de nicho ou médios, especialmente para empresas – o que resultou em rentabilidade menor no segundo trimestre e uma postura mais cautelosa para o desempenho do ano.

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“Essas instituições normalmente são mais afetadas por indicadores relacionados à indústria e, neste segundo trimestre, vimos uma tendência clara entre alguns deles de dificuldade em crescer carteira”, diz Gilberto Tonello, analista do GBM.

O Pine, por exemplo, com foco no crédito para empresas de maior porte, reduziu sua projeção de crescimento médio de carteira de crédito em 7,5 pontos porcentuais. O Banrisul, que tem presença importante no consignado, também revisou para baixo a média da projeção da carteira de crédito no ano em 2 pontos porcentuais, puxado pela expectativa de contração nas concessões para empresas. O ABC Brasil, igualmente, reduziu em 1 ponto porcentual o crescimento de sua carteira de crédito para este ano.

Por outro lado, os executivos já comentam ter conseguido repassar parte da alta recente da Selic – taxa básica de juros – aos empréstimos, uma vez que a concorrência com os bancos públicos está menos acirrada.

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Além disso, as provisões para devedores duvidosos estão controladas, graças a medidas que incluem seletividade nas concessões, estruturas de garantias e acompanhamento mais rigoroso dos empréstimos. Mesmo assim, o Daycoval teve parte de seu lucro consumido pelas elevadas despesas.

Para melhorar a rentabilidade de suas operações, o Banco Pine seguiu com a estratégia de alterar o mix de sua carteira de crédito, diminuindo o foco no crédito em açúcar e etanol. Paralelamente, está alongando seu passivo. No segundo trimestre, a instituição elevou em 200% as captações feitas por meio de letras de crédito agrícola (LCA) e letras de crédito imobiliário (LCI). Essa, aliás, tem sido uma tendência entre bancos médios.

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O BicBanco, por sua vez, fez uma provisão para devedores duvidosos no segundo trimestre que surpreendeu analistas do mercado, levando a especulações de que a ideia foi ajeitar o índice de cobertura antes de entregá-lo ao novo controlador. O China Construction Bank (CCB) deve assumir o controle do banco no dia 1º de setembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.