As receitas de prestação de serviço, que incluem as tarifas bancárias, já ultrapassaram os ganhos dos bancos com títulos públicos – remunerados pela taxa básica de juros. Levantamento feito pela agência de classificação de risco Austin Rating mostra que a participação dos serviços atingiu 19,7% do total de receitas das instituições financeiras, ante 19,1% de títulos e valores mobiliários. Com isso, os serviços transformaram-se na segunda principal fonte de recursos dos bancos, atrás apenas das receitas de crédito, que respondem por 47,6% do total.
Em dezembro de 1995, as tarifas e taxas cobradas pelas instituições representavam apenas 9,8% das receitas totais. Com o fim dos ganhos com a inflação, os bancos tiveram de se adequar à nova realidade da economia brasileira e passaram a cobrar por serviços que antes eram gratuitos. E tiveram grande sucesso. Só no primeiro semestre deste ano, as receitas de serviços dos dez bancos que apresentaram balanço até ontem somaram R$ 13,8 bilhões, um acréscimo de 22,8% em relação a igual período do ano passado. As receitas com títulos e valores mobiliários ficaram um pouco abaixo, em R$ 13,6 bilhões.