Banco do Brasil teve lucro recorde de R$ 2,3 bilhões

Brasília  – O Banco do Brasil (BB) fechou 2003 com um lucro líquido de R$ 2,381 bilhões, 17,4% maior que o resultado obtido em 2002 (R$ 2,028 bilhões). Foi o maior lucro líquido registrado na história do BB. O gerente de Relações com os Investidores, Marco Geovanne Tobias da Silva, atribuiu o resultado ao aumento da eficiência, da base de clientes e das operações de crédito.

Os números do BB, no entanto, indicam que também contribuiu, e muito, para o desempenho, a receita de prestação de serviços e o rendimento das operações com títulos públicos. O presidente do banco, Cássio Casseb Lima, comemorou o resultado. “Esse lucro é uma delícia”, disse, agradecendo o empenho dos mais de 80 mil funcionários do BB. Apesar do destaque dado pela direção do banco às operações de crédito, cujo saldo passou de R$ 51,4 bilhões em 2002 para R$ 65,6 bilhões em 2003, o BB ainda tem espaço para ofertar mais recursos para a população e empresas, sem precisar de um aumento de capital.

Isso fica claro ao se observar o chamado Índice de Basiléia. O Banco Central exige um índice mínimo de 11%, o que significa que para cada R$ 1 mil de crédito dado a instituição precisaria de R$ 110,00 de recursos próprios. No BB, esse índice é de 13,7%. O BB tem, portanto, um excesso de capital com base no Índice de Basiléia de R$ 3,391 bilhões, o suficiente para alavancar empréstimos da ordem de R$ 30,8 bilhões.

O patrimônio líquido do banco aumentou 32,3%, passando de R$ 9,2 bilhões para R$ 12,2 bilhões. Também foram expressivas as receitas de prestação de serviços, que saltaram de R$ 4,454 bilhões para R$ 5,491 bilhões. Desse total, R$ 206 milhões vieram do próprio governo, que paga ao banco por diversos atendimentos, além de R$ 637 milhões repassados pelo Tesouro a título de equalização de taxas de juros.

O resultado financeiro do BB representou um lucro de R$ 3,25 por grupo de 1.000 ações, no ano passado, ante R$ 2,80 em 2002. Graças ao desempenho de 2003, o Tesouro Nacional e os demais acionistas da instituição vão receber R$ 745,7 milhões sob a forma de juros sobre o capital próprio. Este valor é 28,7% superior ao pago em 2002. O Tesouro Nacional já recebeu, a título de adiantamento, R$ 230 milhões. Outros R$ 304 milhões serão pagos em 1.º de março. O BB conta hoje com uma base de 18,8 milhões de clientes, que deverá aumentar para 20 milhões neste ano.

Itaú registra maior lucro da história

Nunca os bancos brasileiros lucraram tanto como no primeiro ano do governo Lula. As duas maiores instituições privadas do país encerraram 2003 com os maiores resultados positivos da sua história. Além disso, o lucro de R$ 3,152 bilhões registrado pelo Itaú Holding no ano passado foi o maior de toda a história do setor bancário no país.

O resultado do banco em 2003 foi 32,6% maior do que o de 2002, que somou R$ 2,377 bilhões. No quarto trimestre do ano passado, o lucro do Itaú somou R$ 854 milhões, contra R$ 807 milhões no trimestre anterior e R$ 690 milhões em igual período de 2002.

O resultado da prestação de serviços é um dos fatores que impulsionou o lucro do Itaú em 2003. As receitas com prestações de serviços do banco atingiram R$ 5,121 bilhões no ano passado, volume 15% superior ao de 2002 (R$ 4,466 bilhões).

Colaboraram para a expansão dos ganhos com prestações de serviços as aquisições do BBA e do Banco Fiat. Desconsiderando estes dois bancos, as receitas com tarifas caem para R$ 4,952 bilhões no ano.

A melhora dos títulos do governo, passados os efeitos da marcação a mercado, e os juros altos também contribuíram com a expansão do resultado do Itaú no ano.

A taxa básica da economia era de 26,5% em maio do ano passado. Começou a recuar em junho, quando foi cortada para 26% ao ano e encerrou dezembro em 16,5% ao ano, patamar atual.

O banco encerrou 2003 com patrimônio líquido de R$ 11,879 bilhões, um aumento de 31,5% em relação a 2002.

Os ativos consolidados alcançaram R$ 118,738 bilhões, com evolução de 6,8% em 2003. A carteira de crédito atingiu R$ 44,581 bilhões, com destaque para o crescimento de 24,5% na carteira de empréstimos às pequenas e médias empresas.

Financeira popular

O Itaú quer entrar na área de financiamento popular. Até o final do primeiro semestre deste ano o grupo começa a testar as operações da nova financeira. As informações foram dadas pelo presidente do grupo, Roberto Setubal.

O executivo admitiu que o Itaú tentou comprar a Losango, mas a proposta do grupo não foi aceita. A financeira acabou sendo adquirida pelo HSBC com a compra das operações do Lloyds no Brasil.

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