Banco do Brasil tem o maior lucro de sua história

O Banco do Brasil registrou em 2005 o maior lucro líquido de sua história. Foram R$ 4,154 bilhões ante R$ 3,024 bilhões em 2004, um crescimento de 37,4%. O resultado do BB foi mais do que o dobro do da Caixa Econômica Federal (CEF), que também foi recorde para a instituição, de R$ 2,07 bilhões. O resultado de 2005 vai levar o BB a distribuir R$ 1 498 bilhão sob a forma de juros sobre o capital para seus acionistas. Este valor supera em 57% o montante pago em 2004.

O Tesouro Nacional, acionista majoritário, com 72,1% do capital do banco, receberá R$ 1,080 bilhão. A parcela referente ao primeiro semestre de 2005 já foi paga. A outra parte, de R$ 627 milhões, será paga em março. O retorno sobre o patrimônio líquido do BB passou de 23% em 2004 para 26,8% no ano passado, com os acionistas obtendo um lucro por ação de R$ 5,20.

Segundo o presidente do banco, Rossano Maranhão, o lucro líquido foi compatível com o obtido pelas instituições concorrentes no mercado. "É a prova de que é possível conciliar o papel de um banco de mercado com o de uma instituição preocupada com a redução dos desequilíbrios regionais", disse.

Mesmo classificando o resultado de "excepcional", Maranhão disse que ele não é o bastante. Ele afirmou que o BB perseguirá a melhoria da eficiência operacional e trabalhar na expansão do crédito e da base de clientes. "Precisamos aumentar o crédito junto ao não correntista", observou. De acordo com Maranhão, a expectativa para 2006 é aumentar entre 25% e 30% a carteira de crédito, que já ultrapassa R$ 100 bilhões. O destaque deve ser o crédito para o varejo, onde a meta de crescimento é 40%.

Para alcançar o resultado pretendido, o BB entrará num novo segmento, o do crédito imobiliário. A instituição nunca financiou casa própria. "Precisamos complementar a nossa prateleira de produtos, pois não ter o crédito imobiliário leva os nossos clientes a buscar esse financiamento em outras instituições", disse Maranhão. Segundo ele, o banco tem um potencial de 600 mil clientes para essa nova carteira, todos eles com renda acima de R$ 10 mil.

Outro segmento em que o BB promete atuar fortemente neste ano é o do financiamento de veículos. Para isso, a instituição criará uma financeira, com o objetivo central de buscar os não correntistas. A participação do BB no crédito para compra de automóveis é insignificante. Dos R$ 50 bilhões movimentados, o BB tem pouco mais de R$ 300 milhões. A instituição quer chegar ao final do ano com uma carteira de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões.

O resultado de 2005, segundo Maranhão, foi obtido praticamente com a expansão do crédito e da base de clientes, além da redução das despesas de pessoal e do aumento da receita de prestação de serviços. No BB, hoje, a receita de prestação de serviços, de R$ 7,648 bilhões, cobre toda a despesa de pessoal.

O maior problema enfrentado pelo BB em 2005 foi na área do agronegócio. Diante dos problemas de seca e da valorização do real frente ao dólar, que afetaram negativamente a renda do produtor, o BB elevou em 181% a provisão para créditos de liquidação duvidosa do setor rural.

"O risco do agronegócio cresceu em 2005", admitiu o vice-presidente de Agronegócios e Governo, Ricardo Conceição. No ano passado, a carteira do agronegócio cresceu 19%, passando de R$ 30 bilhões para R$ 37,7 bilhões enquanto que as provisões para atrasos e não pagamentos da dívida subiram de R$ 691 milhões para R$ 1,731 bilhão. Para 2006, Conceição disse que nada indica que a situação ruim e imprevisível do ano passado se repetirá.

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