O Banco de Desenvolvimento da Ásia (ADB, na sigla em inglês) anunciou hoje que irá ampliar o volume de recursos para os países mais pobres da região em mais US$ 10 bilhões nos próximos dois anos. O presidente do banco, Haruhiko Kuroda, afirmou hoje, em encontro anual realizado em Bali, na Indonésia, que os empréstimos para os países em desenvolvimento da região irão somar US$ 32 bilhões ao longo de 2009 e 2010, ante US$ 22 bilhões inicialmente previstos para o período. A instituição alertou que a crise financeira internacional está ameaçando a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir à metade a pobreza até 2020.

continua após a publicidade

O anúncio foi feito dias depois que os 67 países-membros do banco aprovaram a ampliação de capital da instituição para US$ 165 bilhões, expandindo a capacidade de financiamento do ADB para infraestrutura e outros projetos destinados à redução da pobreza, que devem ser realizados em parceria com a iniciativa privada. Os empréstimos irão “ajudar economias com problemas e, ainda mais importante, protegerão os pobres dos piores impactos da crise”, disse. O apoio inclui recursos da ordem de US$ 3 bilhões que os governos das economias mais atingidas poderão usar para ampliar gastos próprios à medida que lutam para sair da retração.

Os ativistas de organizações internacionais não celebraram o anúncio do banco. Eles alegam que os projetos mais prejudicam do que ajudam as populações mais pobres. “Se não for bem gerenciado, este aumento de 2005 no capital geral poderá se traduzir facilmente em acréscimo de mais 200% em prejuízo social e ambiental”, disse Red Constantino, diretor executivo da organização não-governamental Forum, que acompanha as operações do banco.

Mais de 900 milhões de pessoas vivem com menos de US$ 1,25 por dia na região. Em coletiva de imprensa, Kuroda afirmou que mantém “esperança” de que a extrema pobreza na Ásia poderá ser reduzida à metade até 2020, apesar da recessão global que dificulta o cumprimento desta meta. E ele reconheceu: “tenho receio de que em alguns países a pobreza possa aumentar”.

continua após a publicidade