Banco chinês avalia até US$ 7 bi em projetos no RS

O governo do Rio Grande do Sul está avançando na negociação com o China Development Bank (CDB), uma espécie de BNDES do país asiático, com o objetivo de atrair recursos para obras de infraestrutura no Estado. Por enquanto, os esforços estão centrados em quatro projetos: a construção do Aeroporto Internacional 20 de Setembro, a ampliação do Porto de Rio Grande, a expansão da malha ferroviária para transporte de carga no Estado e a implantação de uma planta industrial carboquímica para substituir a queima de carvão na Usina Termelétrica de Candiota.

“Esses empreendimentos, juntos, envolvem um investimento potencial de US$ 5 bilhões a US$ 7 bilhões no Estado”, disse o secretário de Infraestrutura e Logística, João Victor Domingues. “O objetivo é de que pelo menos parte desse montante seja financiada pelos chineses.” A aproximação começou no fim do ano passado, quando o governo gaúcho esteve em missão em Pequim. As duas partes já assinaram um protocolo de entendimento e agora trabalham na formação de um grupo de trabalho. O próximo passo é a contratação de Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEAs), já em parceria com o banco chinês. “Queremos que os chineses participem de todo o processo, desde a concepção dos projetos. Assim, quando o edital de licitação for publicado, eles já estarão familiarizados com o negócio e preparados para investir”, explicou Domingues.

Segundo ele, esse investimento provavelmente ocorreria por meio da associação com empresas brasileiras, seja por meio de consórcios ou usando algum outro tipo de arranjo institucional. Outra opção, no entanto, é que o CDB coloque dinheiro no mercado e financie diretamente empresas brasileiras. “O que queremos é superar a distância que normalmente há entre o Brasil e os investidores chineses”, afirma. “Normalmente eles só têm contato com os projetos quando a licitação sai, o que torna tudo mais difícil.”

Prioridades

De acordo com o secretário, já no próximo mês deve ocorrer uma reunião do grupo de trabalho para tratar da contratação do primeiro estudo de viabilidade. A expectativa é de que a ampliação do Porto de Rio Grande e o projeto envolvendo o uso de carvão para produção de energia recebam prioridade. “São as áreas pelas quais os chineses demonstraram maior interesse”, esclarece. Além disso, esses dois projetos são estaduais, o que pode agilizar as negociações.

Mas Domingues afirma que não há impedimento para que o CDB também participe dos empreendimentos que têm titularidade federal – construção do aeroporto e expansão da malha ferroviária. “O governo federal nos autorizou a tratar com os chineses sobre esses projetos federais aqui no Estado. Já houve inclusive conversas com a EPL (Empresa de Planejamento e Logística) e com a Valec.”

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