O diretor de Política Econômica do Banco Central, Mario Mesquita disse que a política monetária para ser mais eficiente tem de ser voltada para o futuro e agir de forma preventiva. Segundo ele, um exemplo de ação preventiva foi a atuação do banco central americano (Fed) em seu último encontro de política monetária, quando decidiu cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, associado à flexibilização da taxa do redesconto (linha de empréstimos de emergência).
Para ele, uma política monetária que atua de forma reativa, sem se antecipar aos problemas, adiciona volatilidade ao mercado e contribui para problemáticos ciclos econômicos de "stop and go" (anda e pára). Mesquita destacou que os Bancos Centrais devem dar menor atenção à inflação corrente e se voltarem mais para o desenvolvimento futuro da inflação porque a política monetária opera com defasagem. Segundo ele, no Brasil, a defasagem está hoje na casa dos 9 meses, o que, na prática, houve uma elevação nessa defasagem, que antes era estimada de seis a nove meses. Vale lembrar que, nessa semana, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que a defasagem variava de nove meses a um ano.
Mesquita explicou que à medida que fatores como o desenvolvimento do mercado de crédito e maior estabilidade nas expectativas de inflação se consolidam na economia, a defasagem da política monetária tende a aumentar, como é um fato nos países desenvolvidos. Mesquita afirmou ainda que a previsibilidade da política monetária aumentou e, ao mesmo tempo o País tem experimentado uma progressiva redução das taxas reais de juros ex-ante, mesmo diante das turbulências internacionais.