No esforço de tentar incentivar o aumento da concorrência bancária e a queda do custo do crédito, o Banco Central passou a exibir a partir desta quinta-feira (5) em sua página na internet (www.bcb.gov.br) um link direto para a tabela de juros médios cobrados nos bancos. A tabela apresenta as taxas por modalidades de crédito, como cheque especial, crédito pessoal, aquisição de veículos e bens, para pessoa física, e as taxas de descontos de duplicatas, capital de giro, conta garantida e aquisição de bens no caso de pessoa jurídica.
O BC já divulgava dados relativos ao juro médio por instituição cobrado nas 25 linhas de crédito mais comuns. “Mas as informações eram muito extensas e o cidadão que buscava a informação ficava um pouco perdido”, admitiu ontem o diretor de administração do BC, Anthero Meirelles. Até então, para se chegar às tabelas com os juros, o consumidor precisava passar por pelo menos sete páginas após digitar o endereço do BC na internet.
Segundo o diretor do BC, Anthero Meirelles, a mudança “facilita o acesso” para os dados. A alteração acontece após a reunião ministerial da última segunda-feira, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar medidas para reduzir os juros e o spread bancário (diferença entre o juro do crédito e o custo de captação dos recursos).
Anthero Meirelles disse que o departamento recebeu anteontem o pedido para facilitar e aprimorar a divulgação dos dados. Desde então, técnicos do BC têm trabalhado para isso. Alguns chegaram a passar a madrugada no desenvolvimento da novidade. “Foi o que foi possível fazer em 24 horas”, disse.
“A medida contribui para a queda dos spreads e dos juros porque dará maior capacidade de análise, escolha e negociação para os clientes”, disse o diretor. Os dados relativos aos juros serão atualizados semanalmente pelo BC.
Ranking de spread
O diretor de administração disse que os técnicos do BC continuam trabalhando para aperfeiçoar a divulgação dos números relativos aos juros. Segundo ele, o ranking do spread é um dos itens que está sendo desenvolvido. Anthero Meirelles observou, no entanto, que o spread é uma informação de interesse específico. “Não acho que esse é um assunto que interesse ao público em geral. Interessa aos bancos, ao BC, à imprensa”, disse.