O Banco Central espera para este ano uma entrada de dólares de US$ 44,8 bilhões na economia brasileira. Se a expectativa for concretizada, o resultado será o maior desde o início da série histórica do BC em 1982. No período de janeiro a maio, o ingresso de moeda estrangeira no País já alcançou a marca dos US$ 35,066 bilhões, valor próximo dos US$ 37,270 bilhões de todo o ano passado. Pelos números do BC, o fluxo de moeda estrangeira de junho a dezembro ficará em torno dos US$ 9,8 bilhões.
Um pouco mais otimista que o BC, o economista da Modal Asset Management, Ivo Chermont, espera que a entrada de dólares este ano chegue aos US$ 47 bilhões. "Com os preços das commodities ainda altos, a perspectiva é de que as exportações continuem gerando um forte fluxo de moeda estrangeira para o País nos próximos meses", disse.
O aumento da entrada de investimentos estrangeiros diretos e de capital externo na bolsa também deve ajudar a manter o fluxo de dólares em alta. "Temos a expectativa de que serão realizadas ainda neste ano mais 60 emissões primárias de ações na bolsa", disse o economista da Modal. Para o BC, os investimentos estrangeiros em bolsa e títulos de renda fixa neste ano deverão ficar em cerca de US$ 15 bilhões.
Por outro lado, a perspectiva de o Brasil passar a ser classificado como grau de investimento pelas agências de rating tem ajudado a aumentar as projeções para a entrada de investimento direto no País. "No mercado, já se fala que os investimentos diretos poderão bater na casa dos US$ 30 bilhões este ano", disse Chermont. O próprio BC já aumentou sua estimativa de US$ 20 bilhões para US$ 25 bilhões.
