Alvo dos protestos na noite passada em Brasília, o Banco Central (BC) prefere manter silêncio e tudo indica que não vai se pronunciar sobre os desdobramentos das manifestações que ocorrem em todo o País. A pergunta feita internamente é por que a instituição deveria marcar posição se a inflação está vindo mais baixa do que no começo do ano, se os juros estão em trajetória de alta para conter o aumento dos preços e o nome da autarquia não consta expressamente dos cartazes dos jovens que foram às ruas.
O primeiro sinal sobre como o BC lidaria com o assunto veio na manhã desta sexta-feira, 21. Em entrevista à imprensa para detalhar as contas do setor externo de maio, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, se furtou a responder a uma pergunta direta a respeito dos protestos. “Vamos nos focar na nota do setor externo”, limitou-se a dizer.
Mesmo com o ambiente de pretensa apatia, o quadro técnico e, principalmente, o alto comando da autarquia monitoram de perto os desdobramentos dessa onda negativa que abala o governo. Principalmente depois que vidraças da sede do BC, em Brasília, viraram alvo na noite passada.