Banco Central não vai mudar política monetária, diz Meirelles

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que a manutenção do arcabouço do sistema de metas de inflação e do intervalo de variação de dois pontos porcentuais farão com que o BC mantenha a mesma estratégia de política monetária. Ele destacou, ao mesmo tempo, que a maioria dos países emergentes tem uma inflação localizada entre o piso e o centro da meta.

Segundo Meirelles, em 55% do tempo os países emergentes têm inflação abaixo do centro da meta e acima do piso. "A tendência consagrada é de a inflação se localizar abaixo do centro da meta". Ele lembrou que a média das expectativas de inflação do mercado para 2008 está pouco abaixo de 4%. Para 2009, as expectativas de mercado também estão em 4%, segundo Meirelles. "Julgamos adequada essa expectativa do mercado", disse.

Ele enfatizou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) indicou que quer que a inflação fique abaixo do centro da meta desde que as condições macroeconômicas permitam. "O ponto importante a ser mencionado é que não há orientação de fazer a inflação convergir para 4,5%", disse Meirelles.

Liberdade do BC

Para Meirelles, a meta de inflação desejável para o País é de 4% ao ano. Ele explicou, no entanto, que o governo está considerando 2009 como parte de um período de transição e, por isso, fixou em 4,5% o centro da meta. Segundo ele, esta meta aumenta o grau de liberdade do BC na condução da política monetária, mas afirmou que preferencialmente busca obter uma inflação abaixo do centro da meta, ou seja, em torno de 4%.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que defendia um centro da meta em 4%, afirmou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) consolidou, ao definir a meta de 2009, o mesmo objetivo das metas de inflação de 2007 e 2008, mas reforçou que a meta de longo prazo é 4%. "A forma como foi conduzida a meta de inflação para 2009 foi adequada", disse o ministro.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acrescentou que a decisão de manter os 4,5% é para dar flexibilidade na condução da política monetária. Ele enfatizou que a intenção é manter a inflação abaixo do centro da meta em conforme já apontam as expectativas do mercado. "Não há razão para elevar a inflação", disse Mantega, destacando que, quanto menor ela for, melhor será o País. Ele explicou, no entanto, que uma meta de 4,5% permite ao Banco Central acomodar melhor momentos de turbulência na economia. Ele lembrou, por exemplo, que o mercado está mais agitado com a expectativa de uma eventual elevação da taxa de juros americana. "No Brasil, felizmente, o cenário é bastante positivo", concluiu Mantega.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo