Banco Central muda regra para estimular financiamentos

O Banco Central decidiu ontem (14) incentivar as operações de crédito de menor risco nos financiamentos imobiliários e no varejo. Para tanto, reduziu a exigência mínima de recursos próprios dos bancos nas operações de crédito habitacional que têm o próprio imóvel como garantia – nas quais o valor de financiamento seja de até 50% do preço do bem.

No caso do varejo, o BC também reduziu a exigência de capital mínimo, mas esse requerimento pode ser ainda menor, de acordo com as garantias oferecidas por quem toma o empréstimo. A nova norma só entrará em vigor em julho do ano que vem, para dar tempo para os bancos se adaptarem.

O BC afirma que a norma visa a reconhecer os diferentes níveis de exposição ao risco dos bancos nas operações de crédito, e não estimular determinados tipos de financiamentos. Assim, empréstimos com riscos menores, como aqueles que têm o imóvel hipotecado para o banco, exigem que a instituição tenha menos capital próprio comprometido, o que ajuda a garantir a solidez do sistema.

?Nosso objetivo não é estimular ou desestimular operações. Essa é uma norma prudencial. O que fizemos foi reconhecer que algumas operações representam menor nível de exposição a risco?, afirmou o chefe do Departamento de Normas do BC, Amaro Gomes. ?No conjunto do sistema financeiro, as medidas têm impacto neutro, embora possam afetar de formas diferentes as instituições individualmente?, disse.

Analistas concordam que a medida não deve provocar grandes mudanças no mercado de crédito. O economista Denis Blum, da Tendências Consultoria, explica que, embora seja um estímulo para operações mais seguras, o impacto no mercado de crédito deve ser reduzido, já que os bancos trabalham com mais recursos próprios que o mínimo exigido.

?De fato, o BC está criando um incentivo, ao reconhecer as operações mais seguras, mas isso deve ter pouco impacto porque os bancos já trabalham com uma folga em relação ao capital mínimo exigido dos bancos.?

O superintendente técnico da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Pereira Gonçalves, avalia que as medidas favorecem o crédito imobiliário já que, com o mesmo capital, as instituições financeiras poderão emprestar mais. Mas ele não acredita que a alterará o ritmo de crescimento do crédito que se verifica hoje.

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