O BCE (Banco Central Europeu) manteve ontem sua taxa básica de juros em 2% ao ano pelo 15.º mês seguido. O banco tenta ganhar tempo para avaliar o comportamento da economia européia em meio a altas do petróleo e queda no crescimento econômico global.
O presidente do banco, Jean-Claude Trichet, disse, no entanto, que não vê os preços maiores da energia afetando o crescimento econômico. “Não há motivo para questionar nossa confiança em uma recuperação gradual (da economia)”, disse Trichet, segundo a agência de notícias Reuters.
A última mudança nos juros do banco, que controla a política monetária dos 12 países que usam o euro, foi em junho de 2003, quando a taxa foi reduzida de 2,5% para 2% ao ano.
O barril do petróleo cru fechou anteontem cotado a US$ 44 em Nova York, depois de ter atingido relativa estabilidade, variando entre US$ 42 e US$ 43 nas últimas sessões. No dia 20 de agosto, no entanto, o barril atingiu o recorde de US$ 49,48 durante o dia.
Ontem, o barril registrou alta de 1,23%, cotado a US$ 44,54. A recente alta se deve aos baixos estoques de petróleo nos EUA – que estão em seus menores níveis em cinco meses.
Baixas taxas de juros reduzem o custo de empréstimos, o que facilita a tomada de capital para investimentos em produção e criação de empregos, mas a economia européia vem apresentando crescimentos ínfimos, devido a fatores como o baixo consumo doméstico e os preços do petróleo.
“É uma situação estranha porque os juros baixos, que deveriam reaquecer a economia, já estão em seu nível mais baixo desde a Segunda Guerra Mundial”, disse o economista do Commerzbank, Stefan Schneider.
Mas os juros não podem cair mais para tentar estimular a economia porque os altos preços da energia, combinados com dinheiro muito barato, poderiam causar um surto inflacionário, disseram oficiais.