O Federal Reserve (Fed, banco central americano) decidiu nesta terça-feira (16) manter a taxa básica de juros nos Estados Unidos em 2% ao ano. A decisão foi unânime. O mercado financeiro global esperava um corte de 0,25 a 0,50 ponto porcentual na taxa, após o nervosismo que viveu na segunda-feira (15), motivado pelo pedido de concordata do quarto maior banco de investimentos americano, o Lehmann Brothers, e a aquisição do Merrill Lynch (também em dificuldades) pelo Bank of America (BofA) por US$ 50 bilhões.
O Lehman Brothers foi a segunda grande instituição financeira levada ao colapso pela crise de crédito, originada no mercado imobiliário americano, após o afundamento do Bear Stearns, em março deste ano. A quebra do Lehman elevou drasticamente o temor sobre a saúde do sistema bancário americano e provocou ontem a maior queda das bolsas de valores globais desde 11 de setembro de 2001. A percepção dos investidores é de que a crise está longe do fim e deve engolir outras instituições importantes no caminho. Agora o mercado está preocupado com a AIG, a maior seguradora americana.
Em outro capítulo recente da crise, ocorrido em 7 de setembro, o Tesouro americano garantiu o resgate das agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, oferecendo garantias de até US$ 100 bilhões para cada uma.
Nas duas últimas reuniões programadas do Fed, em 24 de junho e em 5 de agosto, a taxa de juros nos EUA já havia sido mantida em 2% ao ano. A próxima reunião do BC americano sobre juros está agendada para 28 e 29 de outubro.