Banco Central aponta mais incertezas externas

Brasília – O relatório trimestral de inflação do Banco Central (BC) informa que na visão do órgão o balanço de riscos para a inflação futura ?permanece semelhante? ao verificado no relatório de dezembro. Entretanto, o documento aponta maiores incertezas no cenário externo e ?mudança no panorama de riscos associados ao cenário interno?.

No cenário externo, o relatório destaca que persistem as dúvidas sobre a trajetória da política monetária e do crescimento dos Estados Unidos.

O relatório de inflação também aponta aumento de preocupação quanto à possibilidade de adoção de medidas de contenção econômica da China e sobre a extensão das posições de carregamento (carry trade, em inglês) financiadas em iene. Além disso, a autoridade monetária constata uma deterioração nas perspectivas para o preço do petróleo.

No cenário interno, o documento destaca desaceleração na alta dos preços agrícolas do atacado e lembra que em 2007 ?deverá ocorrer revisão tarifária de importantes concessionárias de energia elétrica, um procedimento cujos efeitos sobre as projeções de inflação (potencialmente benignos) estarão concentrados neste ano?. Mas o BC pondera que por conta do processo de redução dos juros e a defasagem na transmissão da política monetária ?implica um aumento da incerteza em relação à dinâmica futura da inflação?.

Em relação à economia norte-americana, o BC brasileiro comenta que a possibilidade de uma desaceleração mais forte provocada no setor imobiliário, que impacte mais fortemente a economia daquele país, ?gera perspectivas de afrouxamento da política monetária? ainda no segundo semestre de 2007. Entretanto, a ação do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), de acordo com o relatório de inflação, pode ser inibida pela ?persistência da inflação em níveis superiores à suposta zona de conforto do banco central americano?.

Preços administrados

Apesar de o mercado trabalhar com um cenário mais otimista, o Banco Central manteve a projeção da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) para o aumento nos preços administrados em 4,5% para este ano e em 5,6% para 2008 no relatório de inflação divulgado ontem. Em relação ao documento de dezembro, houve uma melhora na projeção para 2007, que era de 4,8%, e manutenção da expectativa para o ano que vem.

No cenário para 2007, o BC explica que leva em conta ?variação nula? nos preços da gasolina e do gás de botijão, alta de 3,3% nos preços médios da eletricidade – embora em outro trecho do documento o BC admita que a revisão tarifária prevista para este ano é ?potencialmente benigna? para esses preços – e 3,9% nas tarifas de telefonia.

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