O Banco Central avalia que há "arrefecimento moderado" do ritmo de crescimento global e "continuidade do ciclo de expansão da economia brasileira", no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira. O documento diz que esse cenário gera "riscos inflacionários em elevação, tanto doméstica quanto externamente".
"Em linhas gerais, esse cenário contempla arrefecimento moderado do ritmo de expansão da economia global, do lado externo, acompanhado de continuidade do ciclo de expansão da economia brasileira, do lado doméstico, com riscos inflacionários em elevação, tanto doméstica quanto externamente", cita o documento.
Na avaliação do BC, o principal risco externo é a possibilidade de que a desaceleração da economia mundial "seja ainda mais intensa do que a contemplada". O documento pondera que "ainda são consideráveis as incertezas sobre a intensidade e a duração da desaceleração, bem como sobre sua repercussão em outros países".
Apesar desse cenário ainda pouco claro, o BC avalia que a desaceleração mais intensa da atividade nos EUA causaria "por si só" efeitos negativos nas economias maduras da Europa, Ásia, além de impacto nos países emergentes. O texto cita também que cresceram as preocupações quanto à inflação em diversas regiões que repercutem o aumento de preços de energia e alimentos.
"Nesse sentido, alguns bancos centrais podem vir a se defrontar com um quadro que combina desaceleração econômica com pressões inflacionárias significativas ("estagflação")", destaca o texto.