O dólar despencou nos mercados à vista e futuro em reação ao pacote de medidas que o diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo anunciou há pouco. No ?pronto?, o comercial perde 5,14%, cotado na venda a R$ 3,785. Na BM&F há instantes, o contrato de dólar futuro para novembro caía 5,77%, para R$ 3,74; e o contrato de dólar para dezembro recuava 6,17%, para R$ 3,65.
Figueiredo anunciou a redução de 60% para 30% do patrimônio líquido dos bancos como limite de exposição cambial líquida das instituições financeiras. O BC também decidiu, segundo o diretor, elevar de 75% para 100% a exigência de capital sobre a exposição líquida em câmbio dos bancos. O diretor explicou que as instituições financeiras terão até o próximo dia 16 para se enquadrarem a estas regras.
Figueiredo também anunciou um aumento de 5 pontos porcentuais das alíquotas dos depósitos compulsórios à vista, a prazo e de poupança. Segundo Figueiredo, o aumento ocorre na alíquota adicional que já havia sido introduzida pelo BC há cerca de dois meses. No caso de depósitos à vista, a alíquota adicional passa de 3% para 8%, o que trará uma redução de liquidez de R$ 2,3 bilhões. No caso de depósitos a prazo, a alíquota adicional também sobe de 3% para 8%, o que gera uma redução de liquidez de R$ 6,4 bilhões.
Por fim, no caso da poupança, a alíquota adicional de compulsório sobe de 5% para 10%, reduzindo a liquidez em R$ 5,5 bilhões. No total, o BC calcula que a redução de liquidez será de R$ 14,2 bilhões. As novas alíquotas entram em vigor no dia 21 deste mês. A partir deste dia, então, a alíquota do depósito compulsório à vista será de 53%; sobre depósito a prazo, de 23%; e sobre poupança, de 30%.
Segundo operadores, o BC fez o que tinha de fazer, ou seja, mexeu com o capital alocado e reduziu o limite de posições em câmbio das instituições financeiras. ?Finalmente o BC agiu certo ao tirar os especuladores do jogo e deixá-los arderem em chamas?, elogiou um especialista.