Bancários protestam diante do HSBC

Funcionários insatisfeitos e com a saúde debilitada são o resultado de sobrecargas de trabalho, pressões exercidas por parte do pessoal da chefia e ameaças de demissões. Esta realidade, segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, faz parte do dia-a-dia das pessoas que trabalham no banco HSBC, que tem agências espalhadas por diversos países do mundo. Ontem de manhã, integrantes da entidade sindical, vestindo coletes vermelhos, promoveram uma manifestação pública, em frente à agência do Palácio Avenida, para protestar contra a situação.

A presidente do Sindicato, Marisa Stedile, revela que, na capital paranaense, está recebendo muitas queixas de funcionários que se dizem vítimas de assédio moral. Eles reclamam que estão sendo pressionados a cumprirem metas estabelecidas pelo banco, como abertura de novas contas, vendas de seguros e outros serviços. O objetivo de tudo seria ajudar o HSBC a, este ano, alcançar um faturamento maior que o do ano passado que, conforme informações da entidade sindical, foi de US$ 8 milhões em todo mundo. “Muitos funcionários convivem diariamente com condições desumanas de trabalho. Os que não conseguem cumprir as metas estabelecidas pelo banco, geralmente bastante altas, acabam sendo demitidos impiedosamente”, afirma.

De acordo com o secretário-geral do sindicato, Geraldo Aparecido da Silva, ao longo do tempo o banco tem realizado uma série de terceirizações e adotado jornada parcial de trabalho, o que faz com que muitos funcionários sejam demitidos e, por conseqüência, piore o atendimento dado aos clientes. “As demissões fazem com que as equipes de trabalho do banco fiquem reduzidas e com que muitos funcionários acabem sobrecarregados”, diz.

Outra queixa diz respeito à demissão de funcionários com lesões por esforços repetitivos (LERs). O sindicato acusa o banco de não apoiar os trabalhadores doentes, caluniá-los dizendo que estão fazendo “corpo mole” e de ligar para a residência deles quando estão de licença médica, obrigando-os a voltarem a suas atividades normais, sob ameaça de serem demitidos. “O pior é que os funcionários costumam desenvolver LER no ambiente de trabalho. Isso indica que o banco não toma os cuidados necessários para evitar a doença”, revelam os sindicalistas.

HSBC

O HSBC, em São Paulo, nega que as acusações feitas pelo sindicato sejam verdadeiras. “Respeitamos o direito do sindicato de fazer manifestações, mas as acusações de assédio moral não procedem. Isso não existe dentro do banco”, informa a assessoria de imprensa. Quanto às demissões de funcionários com LER, a resposta é de que a instituição financeira possui programas constantes de prevenção ao problema e de tratamento às pessoas doentes.

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