Os bancários vão realizar hoje, a partir das 18h30, uma assembleia que pode ser decisiva para deflagar greve nacional do setor. Eles aguardam uma nova proposta dos patrões para realizar assembleia. Caso não haja acordo, os bancários não afastam a possibilidade de deflagrar a greve a partir de amanhã.
As negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) estão ocorrendo desde o dia 10 de agosto, quando um documento com as reivindicações da categoria foi oficialmente entregue aos patrões.
Os bancários lamentam a postura adotada pelos banqueiros, que após quatro encontros apresentaram a proposta da Fenaban: apenas 4,5% de reajuste, o que não contempla ganho real, e uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) rebaixada em relação ao que foi pago em 2008.
Eles negaram auxílio-educação e querem reduzir o auxílio-creche/babá de 83 para 71 meses. Os banqueiros também disseram não a qualquer cláusula que assegurasse o emprego dos trabalhadores em cenário de fusões ou aquisições.
Os bancários consideraram a proposta absurda. Em nota distribuída ontem, expõem que “o setor bancários foi o líder em lucratividade no primeiro semestre de 2009, totalizando R$ 14,33 bilhões, o que significa 23,5% do total de ganhos das empresas de capital aberto do país”, segundo a consultoria Economática.
“Contrariando não apenas o Dieese, mas a economia nacional, os bancos extinguiram, apenas no primeiro semestre, mais de 1,3 mil vagas. Segundo o Caged, o país gerou 437.908 postos de trabalho de janeiro até julho. Além de demitir, o Dieese identificou que no setor bancário os trabalhadores demitidos no primeiro semestre recebiam uma remuneração média de R$ 3.627. Já os contratados recebem, em média, R$ 1.928”, continua a nota do sindicato dos bancários. A assembleia está marcada para o Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários, na rua Piquiri, 380, bairro Rebouças, em Curitiba.