Bancários podem deflagrar greve

Terminou sem acordo a reunião entre representantes do Comando Nacional dos Bancários e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada ontem à tarde em São Paulo. A categoria recusou o reajuste salarial de 5,2% – 4,82% da inflação mais 0,36% de aumento real. Com a falta de acordo, os bancários ameaçam deflagrar greve por tempo indeterminado a partir da próxima quarta-feira, dia 3.  

?A proposta é insuficiente, pois os bancos têm lucros exorbitantes. Queremos um reajuste salarial condizente com essa lucratividade. Vamos partir para greve nacional?, afirmou Marisa Stedile, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, que participou ontem da reunião com representantes da Fenaban. ?O aumento proposto é insignificante, uma provocação, não reflete a evolução do faturamento dos bancos. Não nos resta outra alternativa que não responder com greve?, acrescentou o secretário-geral da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 10,3% – reposição da inflação mais 5,5% de ganho real -, além de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de dois salários e uma parcela fixa de R$ 3,5 mil, distribuída de forma linear para todos os profissionais.

A greve por tempo indeterminado será decidida na próxima terça-feira, dia 2, em assembléias que acontecem em todo o País.

Paralisação

Ontem os bancários promoveram paralisação de 24 horas em vários pontos do País, na tentativa de pressionar os bancos a melhorarem a proposta salarial. Na Grande Curitiba, segundo estimativa do Sindicato dos Bancários, a paralisação atingiu aproximadamente 8 mil bancários, e cerca de 80 agências não abriram as portas. Pela manhã, eram cerca de 20 agências com as portas fechadas, a maioria localizada na região central de Curitiba. A paralisação também atingiu os centros administrativos do HSBC, na Vila Hauer e Palácio Avenida; da Caixa Econômica Federal, na Praça Carlos Gomes, e do Banco do Brasil, na Praça Tiradentes. Em algumas agências, o acesso aos caixas eletrônicos também foi impedido.

Por volta de 15h30, oficiais de Justiça se dirigiram às agências do Unibanco, localizadas no centro de Curitiba, com mandado em mãos. O banco conseguiu interdito proibitório na Justiça, determinando multa de R$ 50 mil por dia aos bancários, caso a ordem fosse descumprida.

A Fenaban classificou a paralisação como injustificável, já que as negociações estão acontecendo. ?Não é momento de cruzar os braços. O processo de negociação não foi interrompido, então essas medidas de força são totalmente desnecessárias?, informou a instituição, por meio de sua assessoria de imprensa. Além do reajuste de 5,2%, a Fenaban ofereceu 13.ª cesta-alimentação, no valor de R$ 250,46. 

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