Bancários de todo o País estão mobilizados na campanha salarial 2008. Entre as reivindicações da categoria estão o reajuste salarial de 13,23% – 5% de aumento real mais reposição da inflação -, vale-refeição no valor de R$ 17,50, vale-alimentação de R$ 415,00, auxílio-creche de R$ 415,00, participação nos lucros e resultados (PLR) no valor de três salários mais R$ 3,5 mil, além do fim das metas abusivas e do assédio moral, criação de planos de previdência complementar nos bancos privados e outras.
A minuta de reivindicações foi entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na última quarta-feira. As direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal também já receberam minutas específicas. A data-base da categoria é 1.º de setembro.
“A minuta aprovada este ano é uma das mais completas. O documento contempla várias propostas e busca melhorar efetivamente a qualidade do ambiente de trabalho nos bancos”, apontou o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias.
Em todo o País, são cerca de 450 mil bancários. No Paraná, eles somam aproximadamente 22,8 mil, cerca de 17,3 mil deles em Curitiba e região metropolitana.
Segundo Dias, a categoria aguarda que a Fenaban se manifeste sobre a minuta e que se abram as negociações. “Vamos privilegiar a mesa de negociações. Esperamos que os bancos tenham bom senso e realmente atendam as reivindicações”, afirmou Dias.
As primeiras rodadas de negociação contemplam assuntos que não são ligados à área financeira. “Conforme o tom das conversas e se não houver avanços, faremos uma avaliação e podem ter início os processos de mobilização”, afirmou. Em último caso, apontou, poderá haver paralisação. A última grande greve da categoria foi em 2004 e durou 28 dias.
No ano passado, a categoria conseguiu reajuste salarial de 6%, sendo 1,13% de ganho real. Entre 2004 e 2007, o salário dos bancários subiu 20,73%, sendo 4,52% de aumento real (descontada a inflação).
Os bancários pedem também a remuneração total, ou seja, que todos os benefícios sejam incluídos na folha de pagamento. “O que vem ocorrendo é a comissão de venda dos produtos fora da folha de pagamento. Na realidade, isto é uma fraude, já que esse pagamento não tem reflexo no FGTS, nas férias”, apontou.
De acordo com Dias, esta prática é adotada principalmente por bancos privados. Outra bandeira é que o piso salarial – hoje em torno de R$ 1 mil – aumente progressivamente em três anos até atingir o valor de R$ 2.074,00, defendido pelo Dieese. Os bancários defendem ainda o fim das metas abusivas, instalação de portas de segurança em todas as agências e contratação de mais funcionários.