A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à CUT, pediu o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar demissões com a possível compra do ABN Amro – que no Brasil controla o Banco Real – pelo Santander. O presidente foi informado do negócio pela direção do banco espanhol. "Queremos apoio do poder público nesta luta dos bancários e a adesão do presidente Lula é fundamental para nós", diz a Contraf, em comunicado.
Segundo os sindicalistas, os 54 mil funcionários das duas instituições terão seus empregos ameaçados caso a operação se concretize. "O Santander (por meio do consórcio de bancos) anunciou 19 mil demissões no mundo", destacou a Contraf. A entidade informou que entregou ao presidente um dossiê sobre a venda do ABN Amro no início deste mês. "Lula perdeu uma ótima chance de se pronunciar em defesa dos trabalhadores, agora que se reuniu com o Santander.
Na próxima semana, a Contraf e os sindicatos filiados irão até Brasília para uma série de audiências com autoridades dos três Poderes. "Não podemos aceitar demissões no sistema financeiro nacional, que é o setor da economia brasileira mais lucrativo", afirmou Marcelo Gonçalves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do ABN.