Os cerca de 16 mil funcionários dos bancos de Curitiba e Reqião Metropolitana (RMC) decidiram, a partir de hoje, entrar em greve por tempo indeterminado. Em assembléia geral realizada ontem à noite, os trabalhadores recusaram a proposta de reajuste salarial de 6% oferecida pelas instituições em votação apertada. Eles pedem 10,3% de aumento, mais alguns benefícios. Já os trabalhadores de Londrina, Cornélio Procópio, Apucarana, Toledo e Umuarama decidiram pela paralisação apenas das agências da Caixa Econômica Federal (CEF), já que eles têm uma pauta de reivindicações específica. Em Paranavaí não haverá greve e as outras grandes cidades do Paraná não pertencem à base de atuação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que está promovendo o movimento.
Por meio da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), as empresas ofereceram aumento salarial de 6% (4,82% para repor a inflação e 1,8% de aumento real), uma cesta alimentação a mais por ano no valor de R$ 252,36, Participação nos Lucros e Resultados (PRL) de 80% do salário bruto mais um salário de R$ 878, com exceção de dois bancos, que terão que pagar PLR múltipla (até dois salários mais os R$ 878) e PLR adicional que varia de R$ 1,2 mil a R$ 1,8 mil. Em Curitiba, os bancários recusaram a proposta por 419 votos contra e 399 favoráveis. Na segunda votação, que decidia se a paralisação seria por tempo indeterminado, a votação positiva foi quase unânime. O resultado contrariou a indicação do Comando Nacional de Greve.
Em algumas capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, a proposta dos bancos foi aceita. Os cerca de 150 sindicatos que representam a categoria em todo o País querem, além dos benefícios oferecidos, 10,3% de aumento (5,5% de aumento real), PLR equivalente a dois salários e uma parcela fixa de R$ 3.500, distribuída de forma linear para todos os trabalhadores.
Bancos públicos
Os funcionários dos bancos públicos têm reivindicações específicas. O Banco do Brasil fez uma proposta adicional ontem com melhorias na PLR e com mudanças no Plano de Cargos e Salários e na isonomia entre os antigos e novos funcionários, que foi aceita pela categoria. A Caixa, o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco Amazônia (Basa) não apresentaram propostas adicionais.
Segundo as entidades de classe, a CEF não apresentou melhorias no plano de cargos e salários. Dos 16 mil bancários de Curitiba, cerca de 2,5 mil são da Caixa.No ano passado, os bancários obtiveram aumento real de 0,65% e uma PLR de 80% do salário mais R$ 828 e um valor adicional de PLR entre R$ 1 mil a R$ 1,5 mil.