Bancários paralisam os bancos de Curitiba

Sessenta e sete agências bancárias e sete prédios administrativos não abriram as portas ontem em Curitiba, segundo balanço do Sindicato dos Bancários. A mobilização de 24 horas aconteceu em nível nacional e funcionou como uma advertência dos bancários, que ameaçam parar por tempo indeterminado a partir do dia 6 de outubro caso a Federação Nacional do Bancos (Fenaban) não melhore a proposta de reajuste salarial. A data-base dos bancários é dia 1.º de setembro, mas até agora não houve acordo entre as partes. Na Grande Curitiba, há 380 agências bancárias.

Conforme já era previsto, a mobilização se concentrou nas agências bancárias do centro de Curitiba, especialmente aquelas localizadas na Marechal Deodoro e Rua XV de Novembro. Nos bairros, ficaram fechadas apenas as agências da Caixa Econômica Federal. A paralisação atingiu funcionários do Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, Ban-risul, Banespa, Safra, Banco Mercantil, Banco Real, HSBC e Caixa Econômica Federal, totalizando cerca de 2,5 mil bancários, conforme estimativa do sindicato da categoria. No Unibanco, três agências – da Marechal Deodoro, XV de Novembro e esquina da Marechal Deodoro com Marechal Floriano – foram fechadas pelo Sindicato dos Bancários, mas reabriram por volta das 11h30, por força de um interdito proibitório que previa inclusive o uso de força policial, se necessário.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Bancários, Antonio Luiz Fermino, outros bancos como o Bradesco, HSBC, BankBoston e Sudameris também tinham interdito proibitório para garantir o funcionamento das agências. Mas nenhum deles utilizou o instrumento, a não ser o Unibanco. ?Também temos uma liminar que permite a paralisação, o direito à greve?, esclareceu Fermino.

Caixas eletrônicos

Muita gente que precisou sacar dinheiro ontem nos caixas eletrônicos no Centro teve dificuldade. A maioria dos caixas estava fechada com faixas, e a ordem era liberar o funcionamento só a partir das 16h, quando termina o expediente bancário. ?A gente não quer prejudicar a população?, afirmou o bancário Ivâncio Luiz de Almeida, que estava de plantão em frente à agência do Banespa, na Rua Marechal Floriano, esclarecendo aos correntistas os motivos da paralisação.

Para o diretor do sindicato, Antonio Luiz Fermino, a decisão de impedir o atendimento inclusive nos caixas eletrônicos tinha como objetivo pressionar os bancos e o governo federal a melhorarem a proposta salarial. ?No ano passado, fechamos apenas as agências. Mas com as lotéricas e os caixas eletrônicos funcionando, não houve transtorno algum?, afirmou.

Para aqueles que precisavam sacar dinheiro, a orientação dos próprios funcionários era procurar uma casa lotérica. No caso do Itaú da João Negrão, o conselho era procurar outra agência a duas quadras dali.

Números nacionais

Segundo a CNB (Confederação Nacional dos Bancários, ligada à CUT), a greve atingiu agências em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal. Alagoas e Maranhão não aderiram à paralisação. O mesmo aconteceu em Goiás, Amazonas e Tocantins, onde o sindicato dos bancários não é ligado à CUT. A assessoria de imprensa da CNB não soube informar se o movimento teve adesão no Acre. Nos demais estados, houve paralisações.

Os bancários pedem reajuste de 11,77%, participação nos lucros maior (um salário mais valor fixo de R$ 788 acrescidos de 5% do lucro líquido distribuídos de forma linear entre os funcionários), garantia de emprego e 14.º salário, entre outras coisas.

Já os bancos oferecem 4% de reajuste, abono de R$ 1.000 e participação nos lucros de 80% do salário mais R$ 733 fixos. Segundo a assessoria de imprensa da Fenaban, ainda não há uma nova rodada de negociações agendada. No Brasil, há cerca de 400 mil bancários.

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