As paralisações parciais dos bancários, que tiveram início em nível nacional na última terça-feira, parecem não ter sensibilizado os banqueiros. Até ontem no final da tarde, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não havia feito nova proposta à categoria. Os bancários reivindicam reposição integral da inflação, de 2,85%, aumento real de 7,05% e melhoria da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), além de outros itens. Já a Fenaban insiste na proposta de índice zero de reajuste para os próximos dois anos – ou seja, uma nova negociação salarial só ocorreria em 2008.
?Não houve avanços nas negociações?, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Antonio Luiz Fermino. A proposta da categoria foi apresentada aos bancos no dia 10 de agosto; desde então, foram realizadas cinco rodadas de negociação, a última delas na terça-feira passada. ?Não acredito que a Fenaban faça uma chamada excepcional para voltar a conversar?, comentou.
Ontem, a categoria prosseguiu com as paralisações parciais, fechando o Centro Administrativo do HSBC, na Vila Hauer, em Curitiba. Segundo Fermino, das 6h às 12h, as atividades no local foram suspensas. O local emprega cerca de 3 mil pessoas, entre funcionários terceirizados e próprios.
?Esta é a última advertência que estamos dando aos bancos, em especial ao HSBC. Se os bancos não entenderem, responderemos dia 26 com greve?, afirmou Marcelo Socoloski, secretário-geral da Federação dos Bancários da CUT no Paraná (Fetec-CUT-PR).
Os bancários esperam que a Fenaban apresente uma proposta de índice e para as demais cláusulas econômicas presentes na minuta de reivindicações. ?É ridícula a postura da Fenaban na mesa de negociação. Índice zero para este e para os próximos dois anos não é uma proposta, é uma provocação. Vamos parar o Brasil inteiro. Todos os bancários do País devem se comprometer com esta luta?, ressaltou Otávio Dias, secretário de finanças do Sindicato dos Bancários e representante de Curitiba no Comando Nacional.
Assembléia
Os bancários realizam na próxima segunda-feira, dia 25, assembléias em todo o País para debater a deflagração de greve no dia 26. Em Curitiba, a assembléia está marcada para as 19h, na Sociedade Thalia (Comendador Araújo, 338). A expectativa do sindicato é reunir cerca de mil bancários.