Bancários fecham 160 agências no Paraná

Pelo menos 160 agências bancárias não abriram as portas ontem no Paraná, no primeiro dia de greve geral da categoria. A estimativa é da Federação dos Bancários do Paraná (Fetec-PR). Já o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região estima que o número de agências fechadas foi bem maior: cerca de 180 apenas em Curitiba e São José dos Pinhais. Os bancários aguardam para hoje uma nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que será colocada em votação à noite, durante assembléia na Sociedade Thalia, centro de Curitiba.  

Na capital, a paralisação se concentrou nas agências da região central – ruas Marechal Deodoro, João Negrão, Dr. Muricy, XV de Novembro, Comendador Araújo. Também os prédios de administração central do Banco do Brasil (Praça Tiradentes), Central de Atendimento Banco do Brasil, em São José dos Pinhais, além do prédio do HSBC (Palácio Avenida), Bradesco (Marechal Deodoro) e Caixa Econômica Federal (Praça Carlos Gomes e Conselheiro Laurindo) foram atingidos pela paralisação, segundo o sindicato.

De acordo com o diretor financeiro do Sindicato dos Bancários, Otávio Dias, cerca de 7 mil bancários – dos quase 14 mil – de Curitiba e São José dos Pinhais pararam ontem. Às 17h, os bancários se reuniram na Praça Carlos Gomes, para avaliar o movimento. ?A idéia é conseguir mais adesão amanhã (hoje)?, afirmou Dias.

Ontem, a maioria dos caixas automáticos estava liberado para saque. A operação para depósito, porém, estava suspensa em algumas agências. ?A Caixa Econômica, por exemplo, retirou o módulo ?depósito? do caixa automático?, afirmou Dias, explicando que para esta função é necessário que haja funcionários para retirar o dinheiro e efetivar o depósito.

Segundo o secretário-geral do sindicato, José Paulo Staub, não houve confrontos nem maiores transtornos no primeiro dia de greve geral da categoria. ?Um ou outro banco conseguiu interdito proibitório, mas conseguimos negociar e chegar a um acordo?, afirmou. Caso do ABN Real da Rua Emiliano Perneta, que teria conseguido um interdito proibitório. ?Conversamos com o gerente e conseguimos chegar a um acordo para que ficasse um número de funcionários trabalhando?, explicou Staub.

Mesmo com a denominação ?greve geral?, vários bancos estão trabalhando de maneira parcial. ?Há agências em que o pessoal está fazendo o serviço interno, sem abrir o atendimento ao público. Em outras, os clientes estão sendo atendidos, mas por um número reduzido de funcionários?, explicou.

No interior, a mobilização também está forte, segundo o presidente da Fetec-PR, Adílson Stuzata. Segundo ele, dos dez sindicatos que fazem parte da federação, apenas três -Guarapuava, Toledo e Paranavaí – não aderiram à greve. Em Londrina, a paralisação atingiu cerca de 39 agências e seis postos de atendimentos bancários da Caixa Econômica Federal; em Apucarana e Araponga, foram 12 agências fechadas; em Cornélio Procópio, 15. Em Campo Mourão e Umuarama, a greve atingiu todas as agências – seis e oito, respectivamente.

Nova rodada

Para hoje, a expectativa é que a Fenaban apresente nova proposta de reajuste salarial, na oitava rodada de negociações. Hoje, a categoria volta a se reunir em Curitiba, para nova assembléia deliberativa. Também hoje, à tarde, bancários vão se reunir em São Paulo para discutir questões específicas com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

A greve atinge a maior parte dos estados. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), 190 mil dos 400 mil bancários do país cruzaram os braços ontem em 24 estados e mais o Distrito Federal. Eles reivindicam reposição da inflação (2,85%), aumento real de 7,05%, melhoria da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), entre outros.

Caixas eletrônicos são alternativa

São Paulo (AE) – Os correntistas não estão sendo afetados inteiramente pela greve dos bancários, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Os caixas eletrônicos e serviços por telefone funcionam normalmente e devem ser utilizados pelos clientes como alternativa para a greve. A Febraban não tem estimativa do número de prejudicados pela greve e instrui os clientes a usarem canais de atendimento alternativo como caixas eletrônicos, internet, telefone, correios, lotéricas e lojas de departamentos.

Além disso, a federação informa que a greve não atinge todas as agências e que os bancários que quiserem trabalhar terão o direito assegurado. Entretanto, alerta que os clientes que tiverem contas vencidas terão de pagar os juros estabelecidos pelas empresas e pelos bancos correspondentes ao pagamento. Já as contas com vencimento programado para os próximos dias devem ser quitadas nas agências bancárias ou em locais alternativos.

Clientes que necessitam sacar o FGTS e o seguro desemprego, entretanto, devem procurar uma agência da Caixa Econômica Federal, única autorizada a disponibilizar este tipo de serviço, segundo a Febraban. A federação considerou que a decisão sobre a greve prejudica, principalmente aposentados e pensionistas, já que o pagamento dos benefícios deveria cair nas contas ontem. Porém, afirma que grande parte dos beneficiários já utiliza os caixas eletrônicos para sacar o valor recebido.

De acordo com relatório da Febraban, em 2005 apenas 10,6% dos correntistas, das cerca de 95 milhões de contas correntes existentes no país, utilizaram os serviços em caixas de agências. Em 2005, foram feitas 35 bilhões de transações bancárias, sendo que apenas 10% delas foram registradas nos caixas das agências, segundo a Febraban.

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