Bancários entram no 10.º dia de greve

Bancários promoveram ontem uma grande passeata pela Rua XV de Novembro, em Curitiba, em protesto contra a proposta salarial da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O movimento nacional começou na quarta-feira passada, e, em Curitiba, agências da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e alguns bancos privados estão fechadas desde quinta-feira. Conforme levantamento do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, aproximadamente 150 agências não abriram as portas ontem. O sindicato não tinha informações sobre a paralisação no interior.

A concentração do protesto aconteceu em frente ao Palácio Avenida, prédio do HSBC. Funcionários do Bradesco e do HSBC não puderam participar da passeata, por conta do interdito proibitório conseguido pelos bancos. De lá, o grupo – cerca de 200 bancários, segundo estimativa do sindicato – seguiu à Praça Carlos Gomes, onde aconteceu assembléia da categoria. Os bancários votaram pela continuação da greve, que entra hoje no décimo dia de paralisação em nível nacional.

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Bancários, Antonio Luiz Fermino, a greve vai continuar até que a Fenaban melhore a proposta. A categoria reivindica reposição da inflação mais aumento real de 17,68% (totalizando 25% de aumento), participação nos lucros e resultados e mais R$ 1.200. A Fenaban oferece reajuste salarial de 8,5% mais R$ 30 para quem ganha salários até R$ 1.500 – o que implicaria em reajustes de até 12,77% e aumento real de 5,75%. Para os trabalhadores que ganham mais de R$ 1.500, o reajuste sugerido era de 8,5%.

Berzoini

O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, se encontra hoje com o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, para acusar os banqueiros de desrespeitar o direito de greve. Os bancários reclamam do uso da polícia nos locais de trabalho para tentar dissolver o movimento grevista, que completa dez dias.

O encontro de hoje será uma reunião entre colegas, já que Berzoini também já presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo, um dos maiores do País.

Apesar dos antecedentes sindicais, Berzoini já sinalizou que não pretende intervir nas campanhas salariais em andamento no País. Ele disse no começo da semana que o “governo acompanha, monitora (as greves), mas não tem o desejo de intervir”.

Prejuízos

A empresária Maricler Chakar é uma das consumidoras que vem sendo prejudicadas pela greve dos bancários. Proprietária de uma empresa com 12 funcionários, ela contou que precisou ameaçar jogar o veículo contra a agência bancária para conseguir ser atendida ontem. O episódio aconteceu na Caixa Econômica Federal, agência Salgado Filho. “Só consegui fazer a operação bancária que precisava porque fiz um belo de um escândalo. Não posso ficar devendo para os meus funcionários”, afirmou a empresária. Ela contou que pretende encerrar a conta na CEF assim que a greve terminar.

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