A greve nacional dos bancários vai continuar hoje. No Paraná, já são mais de 500 agências fechadas e pouco mais de 16,6 mil trabalhadores de braços cruzados. A expectativa era de que a assembleia realizada no final da tarde de ontem fosse colocar um fim no protesto devido à negociação entre a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf), ontem pela manhã, em São Paulo.

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Contudo, até o fechamento da edição, a reunião entre patrões e funcionários continuava, com grandes possibilidades de se estender até esta manhã. Por não haver uma contraproposta, a assembleia de ontem acabou sendo meramente informativa, mostrando os dados da greve desde o seu início até o presente momento.

Pela manhã, ontem, os bancários de Curitiba realizaram manifestação na esquina entre as ruas XV de Novembro e Monsenhor Celso. Em greve desde a última semana, eles protestaram contra o que chamaram de “atitudes arbitrárias dos banqueiros”.

Às 10 horas, integrantes do ato promoveram a queima de um boneco de pano onde foram coladas fotos de presidentes de sete bancos (Bradesco, Itaú, Santander, HSBC, Real, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal). O boneco foi “batizado” de “bicho-de-sete-cabeças”.

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“Estamos protestando porque os bancos não têm respeitado a greve de nossa categoria e têm se mostrado intransigentes para negociar. Muitos estão colocando seguranças na frente das agência para nos inibir e entrando com interditos proibitórios, impedindo que a entrada das agências sejam obstruídas. Isto é um absurdo, pois não temos a intenção de tomar posse de nada, nem de destruir patrimônios. Queremos apenas que nossos direitos sejam respeitados”, afirmou o secretário de formação política do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Márcio Kieller.

No protesto de ontem, os bancários também afirmaram que funcionários públicos que, em inícios de mês, costumam receber seus salários diretamente nos caixas de banco, não devem ser prejudicados pela paralisação.

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“Estamos mantendo um contingente mínimo de trabalhadores nas agências e os caixas eletrônicos estão funcionando normalmente. Nosso objetivo não é prejudicar a população. Porém, queremos que a população entenda os motivos que temos para fazer greve e que são os banqueiros que estão nos obrigando a realizar a paralisação”.

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 10% (a proposta dos bancos é de 4,5%), maior segurança para os funcionários que atuam dentro das agências, investimentos na área de saúde e contratação de novos trabalhadores.