Foto: Arquivo/O Estado |
Agências bancárias vão abrir mais tarde hoje. continua após a publicidade |
Bancários de várias partes do País, inclusive de Curitiba, devem parar hoje por 24 horas para protestar contra o descaso dos banqueiros, que não apresentaram uma única proposta de reajuste salarial. A greve já vinha sendo anunciada pela categoria desde a semana passada, quando foram realizadas diversas paralisações parciais em vários pontos, com algumas agências abrindo as portas apenas a partir do meio-dia.
?Essa paralisação de 24 horas é um protesto, um ato de advertência. Não há proposta na mesa de negociação?, criticou o presidente em exercício do Sindicato dos Bancários em Curitiba e Região, José Paulo Staub. Segundo ele, o formato da paralisação hoje e o número de agências a serem fechadas dependeriam do tamanho da assembléia realizada ontem à noite, na Sociedade Thalia, centro de Curitiba. ?Vai depender da adesão da categoria. De qualquer forma, tradicionalmente, a greve começa pelo ?miolo central?, onde há maior concentração de agências?, afirmou. A paralisação de 24 horas é uma determinação do Comando Nacional dos Bancários e deve atingir agências de várias partes do País. Segundo Staub, não há calendário definido para a partir de amanhã.
Negociação
Amanhã acontece em São Paulo uma nova rodada de negociação entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). É a sexta reunião entre os representantes dos bancos e os bancários – a primeira ocorreu no dia 10 de agosto. O encontro está marcado para as 15h, em São Paulo. De acordo com a Contraf-CUT, a Fenaban se comprometeu em apresentar uma proposta econômica.
?Dependendo da proposta, o comando nacional vai se reunir e agendar os próximos passos da mobilização?, adiantou Staub. Os bancários pedem a reposição da inflação acumulada nos últimos 12 meses, de 2,85%, aumento real de 7,05%, melhoria na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e outros itens, como o aumento do piso salarial para R$ 1,5 mil, conforme prevê o Dieese. Já os bancos propuseram índice zero de reajuste, alegando que a inflação está baixa. A data-base da categoria é 1.º de setembro. A última grande greve dos bancários foi em 2004 e durou 28 dias.