Bancários de todo o País prometem cruzar os braços hoje, durante mobilização de 24 horas, com a finalidade de pressionar os banqueiros para o aumento salarial. Em Curitiba, a paralisação deve ter início nas agências do Centro e depois seguir para os bairros. A expectativa, segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, Marisa Stédile, é que o movimento atinja cerca de 2,5 mil funcionários. Na Grande Curitiba, os bancos empregam cerca de 13,5 mil pessoas.
?Vamos começar pelo Centro, primeiramente nas agências da XV (de Novembro) e da Marechal Deodoro?, informou Marisa. A paralisação de hoje, explicou, é apenas de advertência. Mas uma greve por tempo indeterminado não está descartada. Em Curitiba, a categoria se reuniu ontem à noite, em assembléia, para decidir pela greve a partir do dia 6 de outubro.
Os bancários rejeitaram na semana passada a proposta salarial feita pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que previa 4% de reajuste, abono de R$ 1.000 e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) no valor de 80% do salário mais R$ 733 fixos. São cerca de 400 mil bancários no País.
Representantes dos bancos informam que não receberam nova proposta dos trabalhadores para que possa ser encaminhada à direção das instituições financeiras. ?Os trabalhadores não abrem mão de aumento real e de uma participação nos lucros mais justa?, informa o presidente do sindicato dos bancários em São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino.
A pauta de reivindicações inclui reajuste de 11,77%, PLR de um salário mais R$ 788 fixos, 14.º salário, 13.º pago como cesta-alimentação, além de ?gatilho? sempre que a inflação acumulada atingir 3%.
Auditores fiscais
Os auditores fiscais da Receita Federal também estão de braços cruzados, desde ontem, em paralisação nacional de 72 horas contra a MP (medida provisória) 258, que criou a ?Super-Receita?. A greve foi aprovada em assembléia realizada na semana passada com o voto favorável de 74,28% dos auditores.
A MP 258 prevê a união das secretarias da Receita Federal (ligada ao Ministério da Fazenda) com a da Receita Previdenciária (do Ministério da Previdência) e tranca a pauta da Câmara desde o último dia 5.
Neste mês, a categoria já parou quatro dias. Segundo Silvana Mendes Campos, diretora de articulação da Delegacia São Paulo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, os auditores querem chamar a atenção para pontos negativos da MP 258, como a criação de um caixa único, que receberá toda a arrecadação e contribuição da Previdência e da antiga Receita Federal.
Também os técnicos da Receita Federal retomaram na semana passada uma paralisação que deve se estender até outubro. A categoria quer o cumprimento do acordo feito com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, de negociar a redução da diferença salarial com os auditores.
