Bancários da RMC voltam ao trabalho

Os bancários da Grande Curitiba voltam ao trabalho depois de seis dias de paralisação. A decisão foi tomada ontem à noite durante assembléia da categoria, realizada na sede da Sociedade Thalia, centro de

Curitiba. Com 713 votos a favor, 110 contra, cinco nulos e três em branco, os bancários decidiram aceitar a proposta feita pela Federação Nacional do Bancos (Fenaban) na última segunda-feira. Em Curitiba, o último dia de mobilização dos bancários foi marcado por confronto com a polícia e a prisão de um dirigente sindical.

Porém a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, mesmo voltando ao trabalho hoje, continuam em estado de greve. A decisão final dos trabalhadores desses bancos só sai na assembléia do dia 18. ?A reunião de ontem votou as questões econômicas. Mas na próxima serão discutidas as questões específicas, que são bem diferentes para os bancos públicos?, explica a secretária de comunicação do Sindicato dos Bancários em Curitiba e Região Metropolitana, Sônia Boz.

A proposta econômica aprovada ontem pela categoria inclui um reajuste de 6% sobre os salários de agosto de 2005 – a proposta inicial era de 4%. Além disso, o abono único passou de R$ 1 mil para R$ 1,7 mil e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que era de 80% sobre o salário mais R$ 733,00 (proposta inicial) passou para 80% mais R$ 800,00, com limite até R$ 5.310,00. Além dos bancos privados, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil também decidiram estender essa oferta a seus funcionários.

?Com a nossa mobilização, conseguimos ampliar bem o reajuste. Além disso, o abono de R$ 1,7 mil é bastante atraente para a categoria, que está endividada?, apontou a presidente do Sindicato. Além de Curitiba, bancários de todo o País se reuniram ontem para deliberar a proposta da Fenaban. De acordo com a CNB (Confederação Nacional dos Bancários), 120 mil dos 360 mil trabalhadores representados pelos sindicatos ligados à CUT estavam parados. Os bancos estimam, por sua vez, que 5% de agências pararam de um total de 17,5 mil existentes no País. No Brasil há cerca de 400 mil bancários e a data-base da categoria é 1.º de setembro.

Confronto

Em Curitiba, o último dia de mobilização foi marcado pelo confronto com a polícia em frente ao HSBC do Palácio Avenida, maior centro administrativo do banco no Paraná. Segundo os bancários, cerca de 30 policiais usaram a força para tentar dispersar os trabalhadores. Roberto Antônio Von Der Osten, secretário regional da Federação dos Bancários no Paraná (Fetec-PR), ligada à CUT, foi levado preso para o 1.º Distrito Policial, e liberado à tarde.

?Chamaram a tropa de choque para impedir que continuássemos manifestando nossas opiniões. O HSBC passou a não respeitar sequer o direito do cidadão de se manifestar livremente, o direito de expressão?, disse o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Eustáquio Moreira dos Santos. ?É inadmissível o que aconteceu. A humilhação sofrida por nosso companheiro será denunciada e servirá de combustível para alimentar nossa luta contra o desrespeito dos banqueiros?, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, José Paulo Staub.

O HSBC informou, através da assessoria de imprensa, que não foi o banco quem chamou a polícia. ?O banco fez uso do interdito proibitório, um instrumento legal que garante o acesso de funcionários e clientes ao banco?, informou a assessoria. A polícia, segundo o HSBC, teria sido acionada pelo oficial de justiça Clodemir Gemba. ?O oficial de justiça tem autorização para convocar a polícia, para que a ordem do juiz seja cumprida.? 

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